Da Redação 21/02/2002 – A partir de junho próximo, o comando do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), entidade que reúne os laboratórios veterinários presentes no Brasil, deverá passar a um órgão colegiado, denominado Conselho de Administração, composto por 21 representantes escolhidos pelas indústrias associadas em eleição direta a ser realizada em maio.
Esta forma de gestão poderá significar mudança radical na maneira de gerenciar a entidade que, desde sua fundação em 1966, conta com Diretoria Executiva e Conselho Fiscal para cuidar do dia-a-dia e um Conselho Consultivo como órgão orientador dos seus caminhos políticos da entidade, além de figurar como instituição de vanguarda no aconselhamento das linhas gerais de comportamento ético no mercado veterinário brasileiro. Tanto a Diretoria como o Conselho Consultivo serão extintos, dando lugar ao Conselho de Administração que já terá determinado na chapa de candidatos seu presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro. Também será definida a contratação de profissionais diretor executivo e diretor administrativo-financeiro para dirigir as rotinas da entidade.
O atual quadro de associados do Sindan é composto por 90 laboratórios veterinários que representam cerca de 90% do faturamento de produtos para saúde animal no País, estimado em US$ 650 milhões, e que fazem do Brasil um dos cinco maiores mercados veterinários em todo o mundo.
A radical mudança proposta para os estatutos da entidade foi votada no dia 20 de fevereiro, em Assembléia Geral Extraordinária. Além da criação do Conselho de Administração e da extinção da Diretoria Executiva e também do Conselho Consultivo, o novo estatuto possibilita a eleição, para o novo Conselho, de profissionais com atuação mínima de dois anos na indústria veterinária, que sejam sócios, acionistas, cotistas ou diretores da empresa que representam. O presidente do Conselho só poderá ser reeleito uma vez.
Muitas conquistas – O médico veterinário Nelson Antunes deixará a presidência do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) após 24 anos de comando ininterrupto da entidade. Durante esse período, participou ativamente do crescimento do setor no País, acompanhando de perto a participação da saúde animal na evolução da produção de carne bovina, suína, de leite, de frangos e de ovos, além da fabricação paralela de lã, da criação de eqüinos e da vertiginosa evolução do segmento de pequenos animais de companhia (cães e gatos, principalmente).
Sob a presidência de Antunes, o Sindan obteve e manteve incontáveis conquistas importantes, como o da isenção do ICMS, a redução de IPI e do Imposto de Importação para os medicamentos veterinários e seus insumos, e teve participação destacada em ações fundamentais para a saúde animal, como o Programa de Erradicação da Febre Aftosa, a legislação no âmbito do Mercosul e a modernização da legislação do Ministério da Agricultura e Pecuária para o setor. Mais recentemente, o Sindan esteve à frente de campanhas para manter os registros de produtos veterinários ligados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por sua legitimidade, afastando inclinações de alguns órgãos do governo federal para cuidar desses registros de produtos nas esferas do Ministério da Saúde.
De outro lado, o Sindan sempre foi o balizador do equilíbrio e harmonia de forças entre os laboratórios nacionais e os multinacionais presentes no Brasil e firmou, com sua atuação sempre marcante, excelente relacionamento com os órgãos do MAPA ligados à Defesa Agropecuária. A entidade também teve voz ativa na definição do novo decreto de regulamentação da saúde animal, que em breve substituirá a legislação anterior (Decreto 1.662/95 e Portaria 301 e outros, datados de anos anteriores (1967).
O Sindan é uma instituição respeitada pelos órgãos governamentais porque sempre pautou sua conduta na defesa legal dos interesses coletivos dos laboratórios veterinários atuantes no País. Com a mudança nos estatutos da entidade, o novo colegiado dirigente (Conselho de Administração) herdará o importante compromisso e a responsabilidade de manter aquele equilíbrio e a saudável harmonia de convivência entre as indústrias nacionais e multinacionais.
É, pois, imprescindível que o interesse setorial e coletivo prevaleça para a conquista de novas vitórias para toda a classe”, ressalta Nelson Antunes, lembrando que a desunião e os interesses específicos de alguns grupos levaram outros setores industriais a perder a unidade, gerando até a criação de mais de uma entidade representativa, com a indesejável divisão do setor. “O Sindan é forte porque sempre reuniu toda a indústria veterinária em torno de si, defendendo o setor de forma global. Essa política tem de prevalecer para o bem coletivo do setor.” Após desligar-se do Sindan, Nelson Antunes voltará à iniciativa privada, dedicando-se ao seu próprio laboratório veterinário, o Ibravi.