No atual cenário epidemiológico, em que a preocupação com a gripe aviária H5N1 cresce, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está adotando medidas para identificar, rastrear e controlar os casos dessa doença em aves silvestres. Até o momento, 52 casos foram confirmados no país.
Nesta terça-feira (27), o Mapa confirmou a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP – H5N1) em uma criação de subsistência no município da Serra, no estado do Espírito Santo. O foco foi encontrado em aves domésticas, como patos, gansos, marrecos e galinhas. Essa é a primeira ocorrência de IAAP em aves de criação de subsistência desde a entrada do vírus no Brasil em maio.
Em entrevista à Avicultura Indústria, a coordenadora de assuntos estratégicos e diretora substituta do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Anderlise Borsoi, falou sobre as medidas adotadas até o momento pelo Ministério em caso de ocorrência em planteis comerciais. Segundo Borsoi, “As estratégias são a detecção precoce e a contenção de focos. O serviço veterinário oficial está atendendo as notificações de suspeita de influenza aviária em aves, com coleta de amostras para a confirmação ou descarte de casos. Quando e se for detectada em aves comerciais, serão desencadeadas ações de acordo com o Plano de Contingência para influenza aviária.”
No que diz respeito aos programas de monitoramento e vigilância ativa nos locais de produção de aves comerciais, Borsoi destaca que a coleta de amostras já foi concluída em 2.378 estabelecimentos de reprodução, de postura comercial e de corte, totalizando 33.502 amostras de aves de produção. “O sistema de vigilância visa, por meio de uma amostragem robusta e representativa, detectar a presença de IAAP caso ela chegue à Avicultura Industrial no Brasil” explica a coordenadora.
Status do Brasil
Em nota enviada recentemente, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou que o status do Brasil como “livre de gripe aviária de alta patogenicidade” perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) permanece inalterado, mesmo após a confirmação do primeiro caso da doença em uma criação doméstica de aves. A ABPA ressaltou que a produção comercial continua sem registros de casos e não são esperadas quaisquer alterações no fluxo das exportações brasileiras, garantindo o abastecimento de produtos.
A associação elogiou a transparência e a excelência do trabalho de monitoramento da doença realizado pelo Ministério da Agricultura e pelas Secretarias de Agricultura dos Estados. Além disso, ressaltou que os protocolos sanitários adotados pela avicultura industrial no Brasil seguem os mais elevados padrões de biosseguridade, garantindo a proteção das unidades produtivas contra a enfermidade.