Redação SI 06/11/2002 – Uma parceria entre Banco do Brasil e Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) permitiu a instalação de biossistemas integrados que transformam dejetos de suínos em insumos para novas cadeias produtivas daquele Estado.
Além de impedir a contaminação dos lençóis freáticos e mananciais, o método agrega valor à produção, segundo especialistas.
Testado até agora em duas estações – uma propriedade rural e uma escola profissionalizante -, o sistema consiste no direcionamento dos dejetos para um biodigestor, que processa fezes e urina dos suínos e as transforma em três subprodutos: biofertilizante líquido, adubo orgânico e biogás.
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O coordenador do curso de pecuária com ênfase em suinocultura do Centro Estadual de Educação Profissionalizante de Toledo (PR), César Ademar Hermes, informa que desde abril o biodigestor funciona na escola e faz parte do currículo. “A criação de suínos é notória pelo alto impacto ambiental que causa. Com o modelo do Tecpar os alunos ficam empolgados, porque tecnologia nova estimula o trabalho.” A prefeitura de Toledo e a Sadia também foram parceiras para a instalação do aparelho.
Montado na escola, ele recebe os dejetos produzidos por 64 matrizes e quatro reprodutores. O biogás produzido é usado na cozinha do colégio. O líquido extraído do material processado é aplicado em tanques, como biofertilizante para algas que alimentarão os peixes cultivados na escola. E os restos sólidos são usados como adubo orgânico. Os subprodutos foram testados no Laboratório de Microbiologia do Tecpar.
De acordo com a presidente da Fundação Banco do Brasil, Heloísa Helena de Oliveira, os 30 alunos do Ceep se tornarão os primeiros “agentes multiplicadores” da nova tecnologia testada, a princípio, na propriedade de Irno Pretto, criador de 300 animais na mesma cidade. O banco financiou o equipamento. Heloísa afirma que há intenção de treinar mais gente para usar o biodigestor.
Toledo é uma das maiores cidades produtoras de suínos do País, com um plantel de 300 mil a 350 mil animais, de acordo com dados da Associação Regional de Suinocultores do Oeste do Paraná. São 136 mil propriedades, o equivalente a um rebanho de 4,6 milhões de cabeças. Isso significa a produção de aproximadamente 39 mil metros cúbicos/dia de dejetos. (Tatiana Fávaro)
