A demanda social, econômica, legal e ambiental por materiais biodegradáveis vem aumentando de modo crescente, exigindo, do setor de pesquisa, alternativas para substituir, por exemplo, plásticos sintéticos por produtos que se degradem rapidamente e com maior facilidade. O pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, José Manoel Marconcini, lidera uma pesquisa nanotecnlógica com polímeros biodegradáveis oriundos de fontes renováveis para aplicação no agronegócio brasileiro. O trabalho é executado no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), inaugurado no dia 28 de maio na cidade de São Carlos (SP).
Segundo Marconcini, a Embrapa está trabalhando no desenvolvimento de filmes comestíveis para consumo final e para recobrimento de alimentos, de tubetes biodegradáveis para formação de mudas, de filmes biodegradáveis para aplicação em campo aditivados com insumos agrícolas e também estuda formulações de polímeros biodegradáveis com fármacos veterinários. “Nossa pesquisa tem como proposta encontrar um plástico para ser usado em embalagens de todos os tipos”, afirma.
Álvaro Macedo da Silva, chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, destaca a utilidade de futuras embalagens nanotecnológicas no dia a dia das pessoas. “Apresentamos embalagens fungicidas que conseguem conservar frutas e hortaliças por muito mais tempo, além de frascos veterinários com propriedades capazes de agir no medicamento, tornando-o mais completo. A nanotecnologia vai revolucionar o mercado”, acredita. “Esta ciência vai trazer para o agronegócio novas soluções, novos materiais, novos sensores e outros desenvolvimentos que podem tornar o nosso produto mais competitivo no mercado internacional”, conclui Macedo.
Plástico biodegradável- Plásticos ou polímeros biodegradáveis constituem uma família de plásticos que se degradam sob a ação de organismos vivos e também por meio de reações abióticas tais como fotodegradação, oxidação e hidrólise, que podem alterar o polímero devido a fatores ambientais. Os microorganismos alimentam-se do plástico, liberando gás carbônico CO2 e água, como produtos finais.