Criadores de suíno do Rio Grande do Sul reclamam do preço pago pelas indústrias. O valor pago pelo quilo vivo está menor que o praticado ano passado.
Júlio Bolacell é criador de suínos em São Luiz Gonzaga, município que fica na região noroeste do Rio Grande do Sul. Ele cria três mil suínos e fornece os animais para a cooperativa da região. Cada lote fica na propriedade por cem dias. O criador é integrado da cooperativa, que cobre a maior parte dos custos.
“Eu fiz o investimento, eu tenho a mão de obra e gasto com luz. A cooperativa tem a função de nos fornecer os suínos e a ração é do veterinário”, disse seu Júlio.
Pela parceria que tem, seu Júlio está recebendo cerca de R$ 0,20 por quilo vivo do suíno que entrega para o frigorífico. No ano passado eram R$ 0,30.
O frigorífico de São Luiz Gonzaga destina 60% da produção para o mercado interno. O restante é exportado para Ásia e África. O custo de produção está menor este ano. Mesmo assim, o valor pago aos cooperados pelo suíno não subiu.
A indústria explicou que o valor pago ao criador caiu por causa da baixa no faturamento, que chega a 25% em relação ao mesmo período do ano passado. A alternativa para a crise estaria em diversificar os mercados.
“O nosso objetivo é vender mais no mercado interno e abrir novos mercados para exportar, para não concentrar esse volume em poucos compradores”, falou Osmildo Bieleski, diretor da cooperativa.
O Rio Grande do Sul tem o segundo maior rebanho de suíno do País, atrás de Santa Catarina.