O Brasil exportou, este ano, mais carne de porco que o ano passado. Mesmo assim os criadores reclamam. É que o preço pago foi menor. Saiba como está a situação no Paraná.
Com as mil matrizes que o seu Alaor Bressan tem em duas propriedades, ele consegue entregar dois mil leitões por mês para a indústria. Uma parte da carne abatida segue o caminho da exportação.
As vendas brasileiras para o exterior, principalmente para a Rússia, aumentaram este ano. De janeiro a novembro deste ano, o acréscimo foi de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
O problema é que as exportações em alta não conseguiram puxar o preço da carne suína. Por causa da valorização do real frente ao dólar, os criadores se dizem mal remunerados e reclamam que 2009 foi um ano mais difícil que 2008.
O preço médio no ano passado foi de R$ 4,60 o quilo do leitão vivo. Este ano, não passou de R$ 4.
“Você acaba ficando sem capital de giro e tem que prorrogar dívidas. Com esse faturamento não da para pagar o investimento”, falou seu Alaor.
De acordo com a Associação Paranaense de Suinocultores, três fatores levaram a queda no preço. Além do câmbio, teve a crise mundial e as incertezas com a nova gripe, que no início era chamada de gripe suína.
“Não conseguimos até hoje identificar quanto tem causado na redução de consumo. Mas alguma coisa temos certeza que sim”, disse João Manfio, vice-presidente da associação.
Para o seu Paulo Foster, que entrega uma média de 300 leitões por mês para a cooperativa onde é integrado, a renda despencou de um ano pro outro. “Nós trabalhamos entre cinco pessoas. Do começo do ano até agora estamos trabalhando por um salário menor do que o salário mínimo. Se não melhorar, não sei até onde a gente vai aguentar”, calculou.
Assista a reportagem, clique aqui.