Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), mostrou confiança, na sexta-feira, na retomada das negociações entre Brasil e Rússia em relação às carnes. De acordo com ele, a aproximação entre os países é necessária em porque se trata do maior exportador (Brasil) e o maior importador (Rússia) do produto em nível mundial. “A dependência é grande de um e de outro”, considerou.
Giannetti da Fonseca lembrou que, além disso, a Rússia apresentou um problema com a safra de trigo atual. Isso significa, de acordo com ele, que o País terá problemas com a quantidade de ração disponível para a pecuária local. “Faltará proteína animal e a tendência é que a necessidade de importação suba”, previu.
Dados do Ministério da Agricultura revelam que, no primeiro semestre, a venda de carnes para o país foi de 319 mil toneladas, o que representou um saldo de US$ 915,2 milhões. Esse montante significa um aumento de 18,77% em comparação com a primeira metade de 2009. Apenas de carne bovina, a venda brasileira para a Rússia foi de 142,6 mil toneladas de janeiro a junho, o que equivale a US$ 476 milhões – 10% mais do que o do mesmo período de 2009.
Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), disse que o Brasil deve aproveitar a intenção russa de integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC) este ano como moeda de troca para mudar o esquema de importação de carnes.