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Comércio exterior

Balança do agronegócio registra superávit de US$ 26,2 bilhões até setembro. Complexo soja e complexo carnes são os destaques de vendas externas.

Da Redação 20/10/2004 – As  exportações  de  produtos  do  agronegócio  brasileiro  geraram  receita  de  US$  29,8  bilhões  entre  janeiro  e  setembro  deste  ano,  resultado  33,5%  superior  aos  US$  22,3  bilhões  de  igual  período  de  2003.  As  importações  do  agronegócio  somaram  US$  3,6  bilhões  nos  primeiros  nove  meses  deste  ano,  apenas  2,1%  a  mais  que  os  US$  3,5  bilhões  de  igual  período  do  ano  passado.  O  resultado  final  foi  um  grande  crescimento  do  saldo  da  balança  comercial  do  agronegócio,  que  atinge  US$  26,2  bilhões  entre  janeiro  e  setembro;  39,4%  a  mais  que  os  US$  18,8  bilhões  dos  primeiros  nove  meses  de  2003.

Com  base  nos  resultados  acumulados  até  setembro,  o  chefe  do  Departamento  de  Comércio  Exterior  (Decex)  da  Confederação  da  Agricultura  e  Pecuária  do  Brasil  (CNA),  Antônio  Donizeti  Beraldo,  estima  que  em  todo  o  ano  de  2004  o  agronegócio  será  responsável  por  receitas  de  exportação  de  US$  35  bilhões  e  importações  de  US$  5  bilhões,  gerando  um  superávit  de  US$  30  bilhões. 

Os  grandes  destaques  de  vendas  do  agronegócio  ao  mercado  internacional  são  os  produtos  do  complexo  soja  (grão,  farelo  e  óleo)  e  do  complexo  carnes.  De  janeiro  a  setembro,  o  Brasil  obteve  US$  8,7  bilhões  com  exportações  do  complexo  soja,  38,3%  a  mais  que  os  US$  6,3  bilhões  de  igual  período  do  ano  passado.  As  exportações  do  complexo  carnes  somam  US$  4,5  bilhões,  56,9%  a  mais  que  os  US$  2,8  bilhões  registrados  nos  primeiros  nove  meses  do  ano  passado.

Conforme  explica  Beraldo,  os  bons  resultados  das  exportações  foram  gerados  pelo  aumento  dos  volumes  exportados  e  pela  recuperação  dos  preços  médios  internacionais.  As  exportações  de  soja  em  grão,  por  exemplo,  atingiram  17,4  milhões  de  toneladas  entre  janeiro  e  setembro,  frente  16,9  milhões  de  toneladas  em  igual  período  do  ano  passado. 

O  preço  médio,  este  ano,  foi  de  US$  283,33  por  tonelada,  33,5%  superior  ao  preço  médio  de  US$  212,16  por  tonelada,  considerando  o  período  entre  janeiro  e  setembro  de  2003.  O  preço  médio  da  carne  suína  exportada  teve  a  maior  alta:  saltou  de  US$  1.060,91,  no  ano  passado;  para  US$  1.448,92  por  tonelada,  este  ano.

“As  exportações  do  complexo  carnes  devem  atingir  US$  6  bilhões,  o  dobro  do  registrado  em  2003,  quando  o  setor  registrou  cerca  de  US$  3  bilhões  com  vendas  ao  Exterior”, afirma  Beraldo.

Segundo  explica  o  chefe  do  Decex,  o  Brasil  conquistou  maiores  fatias  no  mercado  internacional  de  carnes,  pois  ocupou  espaços  abertos  desde  que  foram  registrados  problemas  sanitários  em  importantes  fornecedores  mundiais.  No  caso  da  carne  bovina,  Canadá  e  Estados  Unidos  reduziram  a  oferta  depois  do  surgimento  de  casos  de  encefalopatia  espongiforme  bovina  em  seus  rebanhos,  permitindo  ao  Brasil  suprir  a  demanda.  O  surgimento  de  casos  de  gripe  aviária  na  Ásia,  da  mesma  forma,  criou  cenário  para  a  ampliação  das  exportações  brasileiras  de  carnes  de  aves.

Beraldo  ressalta  que  os  mais  recentes  dados  da  balança  do  agronegócio,  relativos  ao  período  entre  janeiro  e  setembro,  ainda  não  consideram  os  impactos  do  embargo  russo  às  carnes  brasileiras,  implantado  em  20  de  setembro,  depois  do  surgimento  de  foco  de  febre  aftosa  em  bovinos  do  Estado  do  Amazonas.  Como  foi  negociada  permissão  para  a  remessa  dos  lotes  que  já  estavam  contratados  para  exportação,  ainda  não  foi  percebido  movimento  de  queda  de  preços  ou  de  volumes  exportados.

Esperamos  que  essa  situação  seja  resolvida  logo,  pois  o  foco  da  doença  foi  registrada  em  região  que  não  produz  carne  para  exportação,  e  que  também  não  representa  risco  de  contágio  para  o  resto  do  país”, diz.