Uacir afirma que “o governo estadual está de olhos fechados” e não existe uma iniciativa concreta para estruturar o plantio da cana-de-açúcar sem prejudicar a produção de grãos.
O diretor de desenvolvimento de novos negócios da Perdigão, Nelson Hacklauer, também considera preocupante a expansão das plantações de cana-de-açúcar em Goiás e a perspectiva de que a cultura impeça o crescimento da oferta de milho. “A Perdigão escolheu Goiás para investir, e qual a resposta que temos?”, indaga.
“Se for para comprar milho no Mato Grosso, nós vamos para lá, se não conseguirmos milho no Mato Grosso, nós voltamos para o Sul. É claro que não é simples assim, mas quero dizer que o governo estadual tem um projeto para a cana, mas não tem para o milho”, completa Nelson.
Recém-chegado ao Estado, Luís Carlos Mendes, diretor-superintentende da Pif Paf, diz que ainda não dá para perceber qual o comprometimento que a expansão da cana-de-açúcar pode causar na oferta de milho em Goiás. Ele afirma que a empresa pretende estabelecer parcerias com os produtores locais e incentivar o cultivo de milho para ser vendido diretamente para o uso na avicultura.
A Secretaria de Agricultura, de Goiás informou pela assessoria de imprensa que o governo estadual incentiva a implantação das usinas sucro-alcooleiras em regiões que carecem de desenvolvimento econômico, como o Nordeste Goiano. Além disso, existe um estudo de zoneamento para as lavouras de cana-de-açúcar sendo elaborado em conjunto com outras secretarias, como a de Meio-Ambiente e Indústria e Comércio.