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Apoio para o milho

Industriais e produtores querem a manutenção da política de comercialização. Cotações estão abaixo do preço mínimo oficial.

Industriais e produtores de milho reforçaram ao governo os pedidos pela manutenção da política de comercialização da safra por meio de leilões de subsídios ao frete (PEP), compra direta (AGF) e contratos de opção de venda. Cotações abaixo do preço mínimo oficial, sobretudo em algumas regiões de Mato Grosso, pressionam os produtores a buscar renda para viabilizar o plantio da próxima safra e põem em alerta industriais preocupados em garantir matéria-prima eventualmente escassa.

O governo suspendeu a realização de aquisições diretas novos leilões de escoamento do produto por falta de limites financeiros à disposição da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Amanhã, haverá reunião no Ministério da Fazenda para resolver o caso. “Paramos por enquanto, mas sabemos que precisa de solução para ontem”, diz o diretor de Abastecimento Agropecuário do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos. “Os preços caíram 15% nos últimos dias e há problemas com o câmbio”. Em Mato Grosso, os preços estão abaixo de R$ 12 por saca, mesmo com mínimo de R$ 13,20.

Tratado como matéria-prima estratégica para 2010, o milho sofre com o aumento da demanda por amparo oficial no café, trigo e algodão. O governo chegou ao limite de R$ 300 milhões para aquisições e opções e tampouco há espaço para vendas de estoques em momento de preços baixos. As sucessivas quedas de arrecadação do governo também prejudicam. “Há um problema financeiro, e não orçamentário”, diz uma fonte do governo.

Por acordo político ou compromisso anterior, o governo precisa garantir R$ 1 bilhão ao café e R$ 500 milhões ao algodão. Mas só tem 2 milhões de toneladas de milho em estoque. O mínimo necessário para o “conforto” da demanda seriam 3 milhões de toneladas. Para piorar, haverá forte demanda dos produtores de trigo por apoio oficial no segundo semestre.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Milho (Abimilho), Nelson Kowalski, defende manutenção dos leilões e um “PEP exportação” para resolver. “Sem PEP, fica complicado porque reduz competitividade da indústria”, diz. “Sem renda, desestimula a produção e faltará milho em 2010”. Os produtores de milho apoiam o reivindicação.

“Se desestimular agora, vai reduzir em muito a área na safra de verão”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein. Isso pode limitar a retomada da economia em 2010 ao inibir o consumo de carnes, por exemplo. “Já se fala em queda de 10% na produção, mesmo com sementes transgênicas”. A safra de verão, que começa a ser plantada em setembro, será apertada sem a volta imediata dos leilões. “O ideal é exportar para dar estímulos na próxima safra”.