Após a confirmação de quatro focos de gripe aviária no estado do Rio Grande do Sul, o monitoramento das praias mobilizou as equipes das prefeituras. Ao todo, 375 mamíferos marinhos foram encontrados mortos ou doentes ao longo do litoral gaúcho.
Em Santa Vitória do Palmar, no Litoral Sul, especificamente na Praia do Hermenegildo, 21 animais marinhos foram encontrados mortos em um único dia, totalizando mais de 140 ao longo de uma semana. Além disso, focos da doença foram confirmados em mamíferos aquáticos nas cidades de Rio Grande e Torres, e em uma ave silvestre em São José do Norte. Importante destacar que a gripe aviária não foi registrada em humanos, porém, as autoridades sanitárias alertam sobre a importância de evitar o contato com os animais sob risco.
Os animais mortos estão sendo enterrados nas praias, em valas com cerca de 2 metros de profundidade, uma ação realizada às pressas para evitar a contaminação de outros animais, como pássaros e cachorros. O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) faz um apelo aos moradores e visitantes das praias para que evitem se aproximar ou alimentar os animais encontrados na costa.
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A Praia do Hermenegildo, com seus 150 km de extensão, enfrenta desafios climáticos, como o aumento da maré, que muitas vezes dificulta o trabalho das equipes de monitoramento. Por essa razão, a prefeitura teme que o número de animais mortos possa ser ainda maior.
Santa Vitória do Palmar está localizada a cerca de 25 km do Uruguai, país vizinho que registrou um grande número de animais marinhos infectados pela gripe aviária no último mês. Nesta época do ano, é comum que esses animais migrem para o litoral do Rio Grande do Sul.
Diante da situação, a prefeitura considera a possibilidade de restringir a circulação de pessoas na beira da praia, aguardando, no entanto, uma diretriz do governo do estado para tomar medidas cabíveis. O prefeito Weillington Bacelo ressalta: “Estamos aguardando o governo do estado, através de nota técnica, para que possamos tomar as medidas cabíveis”.
O secretário adjunto da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, Márcio Madalena, acrescenta: “Em relação à restrição de acesso, é algo que haverá de ser discutido ainda. Nós mantemos a nossa orientação de que as pessoas mantenham distância dos animais que estão à beira do mar, no caso específico dos mamíferos que estão comprovadamente portadores da influenza aviária”.
Na Ilha dos Lobos, em Torres, no Litoral Norte, observou-se uma redução de 80% na ocorrência de animais, possivelmente relacionada à disseminação da doença.
