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AGROINDÚSTRIA

Prejuízo da BRF no terceiro trimestre cresce superior a 90% em comparação ao ano anterior

O balanço líquido registrou uma cifra negativa de R$ 262,4 milhões durante o período de julho a setembro de 2023.

Prejuízo da BRF no terceiro trimestre cresce superior a 90% em comparação ao ano anterior

A BRF divulgou hoje um prejuízo de R$ 262,4 milhões no terceiro trimestre deste ano, representando um aumento de mais de 90% em relação ao resultado negativo de R$ 137 milhões no mesmo período de 2022. O desempenho foi notadamente impactado pela queda nos preços internacionais do frango.

A receita líquida consolidada atingiu R$ 13,8 bilhões, registrando uma diminuição de 2% em comparação ao ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado da empresa também apresentou queda de 13%, totalizando R$ 1,2 bilhão.

A margem EBITDA ficou em 9%, inferior aos 9,9% do ano anterior, desconsiderando os efeitos da hiperinflação na Turquia. O vice-presidente de finanças e relação com investidores da BRF, Fabio Mariano, indicou que, levando em conta esses efeitos, a margem deve situar-se entre 8,7% e 9%.

Apesar do cenário desafiador, a empresa destacou uma melhora em relação ao segundo trimestre de 2023, quando reportou um prejuízo significativo de R$ 1,34 bilhão. A diretoria atribui essa evolução à maior rentabilidade do portfólio de produtos processados no Brasil e à redução nos custos dos grãos.

O CEO da BRF, Miguel Gularte, enfatizou a gestão eficiente dos estoques de grãos, levando-os aos níveis mínimos considerados seguros pela empresa e adquirindo insumos para 2024 no momento oportuno.

A alavancagem, medida pela relação entre dívida e EBITDA, diminuiu de 3,1 vezes no terceiro trimestre de 2022 para 2,66 vezes no mesmo período deste ano. O vice-presidente de relações com investidores destacou o compromisso da gestão em resolver a estrutura de capital e reduzir as despesas com juros da dívida, abrindo espaço para melhorias nos próximos trimestres.

Quanto às perspectivas, apesar de um possível atraso no plantio da segunda safra de milho, a empresa expressou otimismo em relação à oferta de grãos no próximo ano, vislumbrando boas oportunidades para manter os custos de originação em patamares baixos.

A BRF atribui parte do resultado positivo ao plano de eficiência BRF+, que gerou R$ 677 milhões, superando a meta estabelecida. A empresa mencionou que os indicadores operacionais já estão melhores que em 2019, e o CEO acredita que os frutos desse plano serão colhidos ao longo de 2024, mesmo que os ganhos fiquem abaixo dos R$ 3,2 bilhões projetados para o acumulado do ano.

Destacando preços internos e externos mais favoráveis, juntamente com uma oferta mais controlada, a BRF vislumbra uma manutenção desse cenário positivo. No segmento de alimentos para animais de estimação, a empresa anunciou a desistência da venda da unidade de negócios, ressaltando que as ofertas recebidas não refletiram o potencial do negócio. O foco agora é executar o plano de negócios já estabelecido para esse segmento em crescimento.