Na abertura do IX Congresso Brasileiro de Soja, na segunda-feira (16/05), em Foz do Iguaçu, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, defendeu que o Brasil e o Paraná precisam aproveitar o conhecimento científico e adaptar a produção agrícola aos desafios do futuro. O evento, que contou com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão, foi organizado pela Embrapa Soja e é o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul.
A partir do tema deste ano, “Os desafios para a produção sustentável no Mercosul”, Ortigara discutiu como o agro pode “fazer mais com menos” e disse que os bons resultados do setor são fruto de esforço, conhecimento e capacidade de adaptação. “Se soubermos aproveitar os recursos que temos, podemos evoluir ainda mais e converter cada vez mais a soja em valor agregado”, disse.
No ano passado, 17% de tudo que o Brasil exportou foi soja. O grão gerou US$ 48 bilhões ao País. A cultura também beneficia a cadeia de proteínas animais – segundo o secretário, a suinocultura pode crescer de 50% a 70% no Paraná nos próximos cinco anos, inclusive devido à certificação internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação.
Ortigara lamentou as perdas da safra devido à estiagem no Sul e defendeu as boas práticas no campo, como o bom aproveitamento de solo e água e controle de pragas e doenças. “A soja é um dos setores de alta relevância no Brasil e que tem alta capacidade competitiva no mundo. Vamos continuar dando saltos qualitativos nesse setor e tudo isso deve ser sustentável, para o bem do nosso negócio”, afirmou.
Guy de Capdeville, diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento e presidente em exercício da Embrapa, falou sobre a capacidade científica do Brasil e como ela tem contribuído para o aumento da produtividade com sustentabilidade. “Estamos produzindo alimentos para o mundo por conta da ciência”, disse.
O vice-presidente Hamilton Mourão destacou o papel de lideranças que trabalharam para que a ciência e a tecnologia fossem a chave para uma revolução agrícola no país. Falou sobre a importância de melhorar a infraestrutura e reduzir a carga de impostos para o desenvolvimento do agro e da economia. Também citou a relevância da tecnologia no campo. “O 5G tem que chegar na ponta, facilitando a agricultura de precisão e, consequentemente, dando um passo gigantesco para o aumento da nossa produtividade”, disse.
DADOS – O Paraná é o segundo maior produtor nacional de soja. Para esta safra, o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) divulgado no final de abriu prevê a produção de 11,8 milhões de toneladas do grão em uma área de 5,6 milhões de hectares, resultado que confirma perda superior a 9 milhões de toneladas diante da previsão inicial, devido às condições climáticas adversas em períodos fundamentais no desenvolvimento dos grãos. A estimativa será atualizada na próxima semana.
EVENTO – O IX Congresso Brasileiro de Soja e do Mercosoja 2022 acontecem em Foz do Iguaçu. Até quinta-feira (19), a programação contará com seis conferências e 18 painéis, totalizando 50 palestras. Também serão apresentados 287 trabalhos técnicos em formato de pôster ou oralmente. Serão discutidos assuntos ligados aos atuais desafios tecnológicos dos sistemas de produção de soja e às novas oportunidades que estão surgindo para a cadeia da oleaginosa, sempre tendo a sustentabilidade como tema transversal.
PRESENÇAS – Também participaram do evento o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, o diretor-presidente da Ceasa-PR, Eder Bublitz; e o chefe do núcleo regional da Seab em Cascavel, Manoel Marcio Chaves.