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Grãos

Crise na safra de soja limita expansão de áreas em Mato Grosso, segundo Imea

Crise na safra de soja limita expansão de áreas em Mato Grosso, segundo Imea

Produtores de soja em Mato Grosso enfrentaram uma temporada 2023/24 desafiadora, com quedas significativas na produção e nos preços que não acompanharam as adversidades climáticas, resultando em receita líquida operacional negativa.

O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, indicou que essas dificuldades podem restringir a expansão de áreas na safra 2024/25.

Apesar de Mato Grosso ser o maior estado produtor de soja do Brasil, a área plantada na última safra permaneceu praticamente estável em comparação com anos anteriores, demonstrando uma cautela dos produtores em face das incertezas.

Gauer destacou que, embora os produtores tendam a manter a produção nas áreas já cultivadas, é provável que novos investimentos e expansões sejam limitados, especialmente em áreas que exigiriam maiores investimentos.

A quebra de safra registrada pelo Imea foi de 15% em comparação com o ciclo anterior, reduzindo a participação de Mato Grosso na produção nacional de soja de cerca de 30% para 25%, conforme dados da Conab.

Essa redução na produção, aliada a preços não favoráveis, complicou o cenário para os produtores, que agora lidam com a perspectiva de custos elevados e possíveis dívidas na próxima safra.

Glauber Silveira, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), comentou que áreas menos produtivas, como as arenosas, que foram incorporadas ao plantio nos últimos anos, poderiam ser as primeiras a sofrer com reduções na nova temporada.

O pesquisador Mauro Osaki, do Cepea, apresentou um panorama mais detalhado dos desafios financeiros enfrentados pelos produtores, com a receita líquida operacional em Sorriso (MT) chegando a ser negativa em 370 reais por hectare.

Esse cenário reflete os impactos da baixa produtividade e dos preços desfavoráveis, apesar da redução nos custos de alguns insumos, como fertilizantes e sementes.

Para a safra 2024/25, os produtores terão de gerenciar os custos operacionais e as dívidas acumuladas do ciclo anterior. Osaki alertou que, mesmo com uma produção razoável no próximo ano, o pagamento das dívidas e dos investimentos necessários pode ser um desafio, exigindo um replanejamento e possível redução de custos por parte dos agricultores.