Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as quedas nos preços da soja nacional na última semana levaram o valor aos patamares observados em 2020. De acordo com o órgão, o preço no porto de Paranaguá nesta sexta-feira (16/8) foi de R$ 127,77 a saca de 60 quilos, 0,95% menor que o registrado na quinta-feira (15/8). O mês já tem acumulado negativo de 6,86%.
Segundo os pesquisadores, as expectativas de que a oferta mundial possa superar a demanda foram o principal fator de pressão sobre as cotações. Na semana passada, o relatório para a safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que a produção global da oleaginosa deve passar de 395,12 milhões de toneladas na safra 2023/24 para 428,72 milhões de toneladas em 2024/25, ambos volumes recordes.
Embora as transações internacionais e o consumo global apontem crescimento, os estoques de passagem também podem ser recordes, estimados em 134,3 milhões de toneladas para 2024/25, quantidade 19,5% superior às 112,36 milhões de toneladas na temporada 2023/24.
Levantamento da Scot Consultoria aponta que também houve aumento de preços nas outras praças do país, com saca de soja a R$ 111,50 em Luís Eduardo Magalhães (BA); R$ 117,50 em Rio Verde (GO); R$ 108,50 em Balsas (MA); R$ 116,50 no Triângulo Mineiro e R$ 118 em Dourados (MS). Nos portos, a soja também teve baixa, cotada em R$ 131 em Santos (SP) e R$ 128 em Rio Grande (RS).
A bolsa de Chicago segue a mesma tendência, marcando os menores preços em quatro anos. Na sexta, o mercado internacional fechou com queda de 1,19%, a US$ 9,57 o bushel para os contratos com vencimento em novembro. Em agosto, o mercado internacional opera com baixa acumulada de 5,67%, segundo o Valor Data.