O estado do Paraná, maior produtor e exportador de aves do Brasil, reforçou sua posição de liderança no setor avícola, destacando-se como referência em biosseguridade. Esse sucesso é resultado de uma estratégia de responsabilidade compartilhada entre o setor público e a iniciativa privada, focada na manutenção de um sistema de defesa animal robusto que protege a avicultura comercial paranaense.
Responsável por 36% da produção nacional e 42% do volume de exportações de carne de frango, o Paraná embarcou cerca de 2 milhões de toneladas para o exterior em 2023, gerando mais de US$ 4 bilhões em receita. Entre os principais destinos estão mercados exigentes como China, Arábia Saudita e Japão, que valorizam a qualidade e a segurança sanitária dos produtos paranaenses.
Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), atribui o destaque internacional à infraestrutura altamente desenvolvida do estado e às rigorosas políticas de biosseguridade. Ele ressalta a importância da parceria com órgãos como a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e o Ministério da Agricultura (MAPA) na manutenção da excelência sanitária. “O setor avícola paranaense sempre esteve à frente em biosseguridade”, afirma Kaefer, enfatizando a necessidade contínua de inovação e capacitação.
Jurandir de Moura Júnior, coordenador do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA) e integrante da Câmara de Sanidade do Sindiavipar, também destacou a eficácia do serviço de defesa animal do Paraná. Ele menciona que o estado possui um corpo técnico altamente qualificado e parcerias estratégicas com o setor privado, o que garante a vigilância contínua e a melhoria dos procedimentos de biosseguridade.
Parceria Público-Privada: Pilar da Biosseguridade
Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, explica que todas as granjas no Paraná são obrigadas a manter um registro atualizado junto ao órgão para garantir a biosseguridade. Desde a entrada da influenza aviária na América do Sul, a Adapar intensificou as fiscalizações nas granjas comerciais, matrizeiros e incubatórios, assegurando que as medidas de biosseguridade estejam em conformidade.
As empresas avícolas paranaenses têm investido em novas tecnologias para aprimorar a biosseguridade, incluindo sistemas de desinfecção avançados e infraestruturas à prova de roedores. Marcos Adriano Scalco, gerente de qualidade da Globoaves, destaca que esses investimentos, aliados a rigorosos protocolos de acesso aos processos produtivos, são fundamentais para manter a segurança sanitária das aves.
Desafios e Inovações
Apesar do sucesso das medidas adotadas, o setor enfrenta desafios, como o mapeamento das aves de subsistência e a conscientização da população urbana sobre a importância de evitar o contato com aves silvestres. Moura Júnior reforça que, diante da Doença de Newcastle ocorrida no Rio Grande do Sul, é essencial manter o rigor nas práticas já estabelecidas.
Esses desafios também estimulam a busca por inovações. Scalco enfatiza que a indústria avícola está em constante busca de novas tecnologias, como vacinas mais eficazes e sistemas de nutrição que aumentam a resiliência das aves contra doenças, garantindo a continuidade das exportações para mercados exigentes.
Os esforços conjuntos entre o setor público e privado têm garantido ao Paraná um status sanitário elevado, permitindo que o estado se mantenha livre da influenza aviária em áreas de produção comercial, ao contrário de outros grandes produtores globais. Essa conquista reforça a posição do Paraná como líder na produção avícola, assegurando não apenas a qualidade dos produtos, mas também a segurança sanitária, essencial para a manutenção das exportações e a confiança do mercado internacional.
O Papel do Sindiavipar
O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) representa as indústrias do setor, que exportam carne de frango para 150 países. O processamento de aves no Paraná está concentrado em 29 municípios, com 35 indústrias, gerando 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 97% da produção estadual, destacando-se no cenário nacional e internacional.
Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa a primeira posição no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador mundial do produto, com o Paraná liderando essa frente.
Crédito: AEN PR