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Sanidade

Auditores agropecuários intensificam vigilância no Aeroporto de Guarulhos contra ameaças sanitárias

Auditores agropecuários intensificam vigilância no Aeroporto de Guarulhos contra ameaças sanitárias

Com apreensões rigorosas e inspeções que ultrapassaram 18 mil processos em 2024, auditores do Vigiagro reforçam a barreira contra pragas e doenças que podem afetar a segurança agropecuária brasileira

No Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), maior hub aéreo do país e segundo da América Latina, os auditores fiscais federais agropecuários têm intensificado o controle sanitário, impedindo a entrada de pragas e agentes etiológicos que ameaçam a agropecuária nacional. Até julho de 2024, a equipe do Vigiagro, programa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), atuou em mais de 27 mil chegadas internacionais de passageiros, garantindo a segurança agropecuária e minimizando riscos à saúde pública.

No primeiro semestre de 2024, o movimento no aeroporto incluiu a inspeção de 449 milhões passageiros que vieram do exterior em 22.670 aeronaves de voos internacionais. Entre as cargas processadas, foram exportadas 100.782 toneladas e importadas 93.415 toneladas, com inspeções rigorosas nos terminais. Só no terminal de cargas, onde chegam e saem produtos diversos, os auditores realizaram 1.647 processos de importação e 2.742 de exportação na área animal, e 4.402 de importação e 8.234 de exportação na área vegetal.

O trabalho de controle sanitário é reforçado por instruções normativas que regulam a entrada de produtos específicos. Por exemplo, hoje está proibida a entrada de produtos de origem suína, como a carne, por causa Peste Suína Africana (PSA). “A vigilância nos aeroportos é fundamental para o Brasil, que possui um dos maiores rebanhos do mundo. Controlar a entrada de produtos de alto risco sanitário é uma medida para proteger o agronegócio e evitar surtos”, afirma o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.

Com a intensificação dos controles, os auditores apreenderam mais de 122 toneladas de produtos de origem suína em 2023, somando 78.671 kg em bagagens acompanhadas e 43.616 kg em bagagens despachadas. Entre os itens proibidos estão produtos como embutidos suínos coreanos e carnes de porco caseiras de Portugal, ambos considerados alto risco.

Para a inspeção desses produtos, o Vigiagro conta com o suporte do Sistema Mundial de Informação Zoossanitária, desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde Animal. Essa plataforma fornece acesso a dados em tempo real sobre a saúde animal, com informações enviadas diretamente pelos países membros, facilitando uma resposta rápida a surtos e doenças emergentes. Além disso, o Vigiagro reforça periodicamente suas equipes, especialmente para monitorar voos provenientes de países com histórico de surtos de peste suína africana, como República Dominicana e Haiti, assegurando uma barreira sanitária eficaz.

Os controles incluem também a inspeção de embalagens de madeira, com 1.135 processos analisados entre janeiro e julho de 2024, já que essas embalagens podem transportar pragas que ameaçam as florestas e a agricultura. No período, foram chancelados 1.844 Certificados Veterinários Internacionais (CVIs) e emitidos 344 novos certificados para o transporte seguro de produtos.

As ações de enfrentamento contra a PSA são destaque no aeroporto, com o gerenciamento diário de riscos, auditorias, descarte voluntário de produtos irregulares e campanhas educativas com distribuição de panfletos e alertas visuais e auditivos. Esses esforços, aliados a operações de educação sanitária, buscam conscientizar passageiros sobre os riscos de transportar produtos com entrada proibida ou restrita no país.

Para Macedo, o comprometimento dos auditores é essencial: “Os profissionais que atuam no aeroporto de Guarulhos não só asseguram a sanidade agropecuária, mas protegem a economia nacional de impactos que poderiam ser devastadores para a nossa produção e exportação.”