O grupo australiano Macquarie está investindo no setor portuário brasileiro ao adquirir uma participação na operadora CLI e financiando um acordo para comprar terminais de açúcar e grãos no porto de Santos, o maior da América Latina, por 260 milhões de dólares, disseram as empresas na noite de sexta-feira.
A operadora ferroviária Rumo anunciou ao mercado que vendeu 80% de sua subsidiária EPSA, que administra os terminais 16 e 19 em Santos, para a CLI por 1,4 bilhão de reais (260 milhões de dólares). A Rumo continuará sendo acionista minoritária.
A CLI pertencia ao fundo de private equity brasileiro IG4. Agora, receberá uma injeção de capital de 500 milhões de reais da Macquarie Infrastructure Partners V, disseram executivos em entrevista à Reuters.
O fundo australiano disse em comunicado que terá uma participação de 50% na CLI e compartilhará o controle com a IG4. A CLI já opera um terminal de grãos do Maranhão.
O diretor do Macquarie no Brasil, Fernando Lohmann, disse que o grupo investe no agronegócio brasileiro há muito tempo. “O investimento na CLI é um passo natural para fortalecer a conexão da infraestrutura com a agricultura”, disse em comunicado.
O diretor financeiro da Rumo, Rafael Bergman, disse à Reuters em entrevista na sexta-feira que a venda permite que a empresa se concentre em melhorar e expandir sua operação ferroviária.
O presidente-executivo da CLI, Helcio Tokeshi, afirmou na mesma entrevista que o fato de a operadora não ter vínculo com nenhuma trading de commodities ou ferrovia facilita seu crescimento e busca de novos clientes para os terminais santistas.