As relações entre Brasil e China foram o foco da conferência internacional “Governança Global e Cooperação China-Brasil”, realizada nesta segunda-feira (14) na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O evento foi organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), pela Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS) e pelo Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CBAE-UFRJ).
Durante a abertura, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, sugeriu a criação de um fundo bilateral de integração estratégica para facilitar investimentos em áreas como agronegócio sustentável e descarbonização industrial. Mercadante também destacou a necessidade de maior integração entre os sistemas financeiros de Brasil e China e uma presença mais forte no mercado de capitais chinês.
Em um ano marcado pelo 50º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países, a ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, ressaltou a importância de ampliar a parceria, especialmente com a visita do presidente chinês Xi Jinping, prevista para a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em novembro.
Mercadante destacou que Brasil e China compartilham ambições comuns em áreas como paz e estabilidade global, combate à crise climática e promoção da sustentabilidade. Ele também lembrou que metade do superávit comercial brasileiro em 2023 veio das exportações para a China, e defendeu que os dois países devem evoluir de uma relação baseada em vantagens competitivas para uma de vantagens colaborativas.
A ministra Dweck reforçou a importância de aprofundar essa relação comercial, tornando-a mais estratégica e abrangendo setores como inteligência artificial, transição digital e infraestrutura. A cooperação entre os países, segundo ela, é crucial para enfrentar crises econômicas globais e promover o desenvolvimento sustentável.
O presidente da CASS, Gao Xiang, manifestou a disposição da China em fortalecer a parceria com o Brasil em áreas como agricultura, infraestrutura e energia limpa, visando construir um futuro compartilhado entre as duas nações.