O Brasil deverá liderar a ocupação das cotas de exportação agropecuária do Mercosul para a União Europeia previstas no acordo finalizado na última sexta-feira (6/12). Essa parceria é vista como uma oportunidade para expandir a presença comercial brasileira no continente europeu e impulsionar o agronegócio nacional.
Projeções econômicas e impacto no setor agropecuário
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o acordo poderá gerar um aumento de 2% na produção do agronegócio brasileiro, resultando em um incremento de US$ 11 bilhões entre 2024 e 2040. Setores como carnes suínas e de aves, pescados, óleos vegetais e pecuária devem ser os principais beneficiados.
“O Brasil já é o maior exportador de produtos agropecuários para a União Europeia. Esse acordo é um marco que fortalece nossa posição e cria novas oportunidades”, afirmou Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.
Medidas de proteção e desafios
Embora o acordo traga vantagens significativas, o governo brasileiro pretende monitorar possíveis impactos em setores sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates europeus. Segundo o secretário, serão avaliadas medidas de fortalecimento das cadeias nacionais, mas sem comprometer o livre comércio.
Entre as condições do tratado, destaca-se a eliminação gradual de tarifas para vinhos e espumantes, bem como o reconhecimento de 37 indicações geográficas brasileiras, como o Café da Alta Mogiana e a Cachaça de Salinas.
Competitividade e novos mercados
O Ministério da Agricultura ressaltou que o pacto não apenas facilita o acesso ao mercado europeu, mas também fortalece a competitividade do Brasil no cenário global. Além disso, pode abrir portas para negociações com novos mercados, consolidando o país como líder na segurança alimentar mundial.
“O acordo demonstra que o Mercosul permanece vivo e forte, reforçando a imagem do Brasil como parceiro confiável no comércio global”, destacou Luis Rua.
Próximos passos
Apesar de o acordo ainda não significar exportações imediatas com redução tarifária, o governo espera que o processo de ratificação avance rapidamente. A expectativa é que as medidas comerciais entrem em vigor a partir de 2025, consolidando um novo patamar de integração entre os blocos.