A resistência antimicrobiana (RAM) está entre as 10 maiores ameaças globais à saúde, destacada como uma “pandemia silenciosa”. Esse fenômeno ocorre quando microrganismos — como bactérias, vírus, fungos e parasitas — desenvolvem a capacidade de resistir aos antimicrobianos usados para combatê-los. Além de aumentar os custos dos tratamentos, a RAM prolonga doenças e reduz a eficácia dos medicamentos.
Estima-se que, até 2050, a RAM poderá causar 10 milhões de mortes anuais, impactando não apenas a saúde humana, mas também a saúde animal e todo o sistema produtivo global.
Os antibióticos são fundamentais na medicina veterinária para tratar doenças, prevenir zoonoses e garantir alimentos seguros. Entretanto, o uso inadequado ou excessivo pode contribuir significativamente para o avanço da RAM.
Estratégias preventivas, como vacinas de alta qualidade, biossegurança e diagnósticos precoces, são essenciais para mitigar o problema. A conscientização sobre o papel do profissional veterinário é igualmente crucial, já que decisões sem supervisão especializada aumentam os riscos de resistência.
A RAM transcende fronteiras e exige uma abordagem integrada de saúde única (One Health), que conecta a saúde humana, animal e ambiental. Cerca de 60% dos patógenos que afetam humanos têm origem animal, o que evidencia a interdependência dos sistemas.
Promover saúde preventiva em animais e reduzir o uso desnecessário de antimicrobianos são passos cruciais para combater essa ameaça global.
O equilíbrio no uso de antimicrobianos é a chave. O uso excessivo ou insuficiente de medicamentos pode fortalecer patógenos e comprometer a eficácia futura de tratamentos.
A conscientização de todos — profissionais de saúde, produtores e consumidores — é indispensável para adotar práticas responsáveis e sustentáveis. Afinal, ao proteger os animais e o meio ambiente, também cuidamos da saúde humana e garantimos um futuro mais seguro para todos.