A China vem apresentando um acelerado crescimento econômico nas últimas décadas. O país atualmente é o maior produtor e consumidor de energia do mundo.
Esta conjuntura pode ser relacionada ao elevado crescimento do setor industrial, responsável por cerca de 78% do consumo total de energia no país.
Os setores comercial, transporte e residencial são responsáveis pelos 22% restantes.
China vem investindo, cada vez mais, na geração de energia a partir de resíduos. Atualmente, o país tem mais de 300 plantas em operação. Com isso, o gigante asiático viu sua capacidade instalada de produção de energia a partir de resíduos crescer 26% por ano nos últimos cinco anos. No mesmo período, os países da OCDE tiveram aumento médio de 4% por ano na geração.
Segundo o Conselho Mundial de Energia (WEC, na sigla em inglês), esse é um setor que terá valor de mercado de cerca de US$ 40 bilhões em 2023. Ao contrário do Brasil, a China possui sua matriz energética baseada em fontes de energia fósseis.
Na prática, a economia chinesa, especificamente do setor industrial, é majoritariamente dependente do carvão, fonte extremamente poluente.
Para reduzir a excessiva dependência de carvão nas gerações de energia e calor e, para moderar os problemas ambientais e de saúde associados, a China adotou uma série de políticas e normas regulatórias.
O Direito da Energia Renovável tem como objetivo promover a utilização de energia renovável, de modo a reduzir o consumo de carvão.
A Lei de Energias Renováveis tem um foco especial sobre a produção/consumo de biomassa celulósica que podem ser complementadas com carvão para fins de geração de energia. A China publicou o 12º Plano Quinquenal para o Desenvolvimento de Energias Renováveis.
Este relatório foi elaborado com o objetivo de atingir 11% de sua energia primária produzida por fontes de combustíveis não fósseis até 35% em 2030, pautada novamente na biomassa celulósica para a geração da eletricidade.
Além de ser a nação mais populosa, a China é a economia que mais cresce no mundo. Ao longo da última década, o consumo de energia primária total tem crescido rapidamente. O crescimento no consumo de energia na China foram responsáveis por 54,9% do aumento global. Atualmente, o consumo responde agora por 23% do consumo global de energia.
Os custos econômicos associados com a tecnologia de energia elétrica também influenciam a dinâmica do mercado de energia chinês.
A dependência do carvão para produção de eletricidade tem contribuído para níveis indesejáveis de poluição atmosférica.
Além disso, o transporte de carvão em direção aos centros produtores de energia congestiona as redes ferroviárias resultando em atrasos nos transportes e aumento dos custos para outros produtos transportados.
Nos últimos anos 1220.8 milhões de toneladas de carvão foram enviadas em uma média de 607 km / tonelada ao longo das artérias ferroviárias, compreendendo 46,7% de todas as mercadorias transportadas por via ferroviária na China.
Quando não existia alternativas tecnológicas economicamente viáveis para carvão e energia hidrelétrica em grande escala, os impactos negativos foram considerados inevitáveis.
Cada vez mais, a China tem aplicado incentivos financeiros na área energética, perdendo apenas para a Grã-Bretanha em termos de incentivos para reduzir a poluição causada pela geração de eletricidade.
Em relação à energia a partir de biomassa destaca-se a região de Sichuan, uma das principais províncias agrícolas na China.
A indústria agrícola corresponde a 12,4% do PIB de Sichuan, ficando em primeiro lugar nas províncias do Sudoeste em sétimo lugar na China. Além disso, Sichuan é rica em recursos florestais com uma taxa de cobertura florestal de 35,3%, ficando em sexto na China.
Com base na abundante fonte de biomassa e a indústria agrícola bem desenvolvida, a energia de biomassa em Sichuan possui um grande potencial de desenvolvimento.
Os recursos de biomassa primários incluem principalmente palha, subprodutos da silvicultura, resíduos sólidos urbanos, e florestal.
No entanto, as avaliações quantitativas de recursos de biomassa em Sichuan são raros e ainda nenhum sistema de investigação estatística relacionada foi desenvolvido.
Dada à grande quantidade de recursos de palha e às políticas de incentivo, o governo de Sichuan planeja construir 27 plantas de geração de energia a partir da palha com uma capacidade instalada de 820 MW. Além disso, aproximadamente 60 MW de projetos de energia de resíduos urbanos também estão planejadas em torno das cidades metropolitanas.
A Wuhan Kaidi Yangguang Corporation tem investido em oito usinas de processamento energético de palhas ao longo de Sichuan.
A geração de energia de biomassa da China baseia-se principalmente na combustão direta de palha e sobre a incineração de resíduos.
Está sendo construída, na China, a maior usina de produção de bioenergia a partir do lixo. A planta fica na cidade de Shenzhen, no sul do país, e tem a capacidade de processar cerca de 5 mil toneladas de resíduos por dia.
A usina de Shenzhen irá capturar o calor gerado a partir da incineração de resíduos indesejados. Esse calor será usado para acionar uma turbina que gera eletricidade.
A nova instalação será capaz de transformar em energia um terço do lixo produzido diariamente pela população da região metropolitana de Shenzhen — onde vivem cerca de 20 milhões de habitantes.
As províncias de Jiangsu e Shandong têm uma capacidade instalada maior de geração de energia de biomassa e atualmente existem mais de 100 grandes usinas de queima de biomassa direta em toda a China.
Existem sete grandes grupos de geração de energia de biomassa, que são: o National Energy Group, a China Light and Power Company, a Datang Corporation, a China Energy Conservation and Environmental Protection Group, a China Huadian Corporation, a Jiangsu Guoxin Investment Group e a Huaneng Group China.
Várias políticas foram introduzidas, especialmente a conexão obrigatória à rede e de tarifas dos subsídios, o que têm promovido a investimento e desenvolvimento de energia de biomassa.
Estas políticas eliminam as barreiras para a ligação à rede, e traz benefícios aos empreendimentos de geração de energia de biomassa.
Empresas de geração de energia a partir de biomassa ainda esperam apoio de uma política industrial que as dê suporte, a fim de melhorar sua competitividade no mercado.