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Brasil pode produzir 4 milhões de toneladas de farelo de soja a mais se mistura do biodiesel for retomada em 2023

A produção de biodiesel estimula o processamento da soja em grão já que a oleaginosa é a sua principal matéria-prima e agrega alto valor à cadeia produtiva

Brasil pode produzir 4 milhões de toneladas de farelo de soja a mais se mistura do biodiesel for retomada em 2023

No ano que vem, se o teor da mistura de biodiesel ao diesel comercial permanecer em 10% (B10), a expectativa é de que a produção de farelo de soja seja de aproximadamente 39 milhões de toneladas, volume similar ao registrado na atual safra (38 milhões). Porém, se o cronograma original do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) for retomado – B14 em janeiro e fevereiro e B15 de março a dezembro – o farelo produzido pode chegar a 43 milhões de toneladas.

A produção de biodiesel estimula o processamento da soja em grão já que a oleaginosa é a sua principal matéria-prima e agrega alto valor à cadeia produtiva. O biodiesel beneficia indiretamente a produção de proteína animal, que demanda uma grande quantidade de farelo de soja em seu processo produtivo.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), cada ponto percentual a mais de biodiesel na mistura gera maior produção de farelo. Para se ter uma ideia, de 2018 a 2022, 90 milhões de toneladas de soja foram esmagadas a mais devido ao biodiesel. Isso representa cerca de 16% do total processado no período (502 milhões de toneladas).

A retomada da mistura do biodiesel em 2023 também pode incrementar a produção de óleo de soja em mais de um milhão de toneladas, chegando a 11,3 milhões. Se o B10 for mantido, este volume deve ficar em 10,1.

Os dados foram apresentados pelo presidente executivo da ABIOVE, André Nassar, no seminário “As externalidades da Política Nacional de Biodiesel: desafios e expectativas do setor”, promovido pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), na última terça (22), na Câmara dos Deputados (Brasília).

O evento contou com a participação de integrantes da equipe de transição do novo governo, que manifestaram apoio à retomada da mistura para o próximo ano, além de parlamentares ligados ao agronegócio, representantes das principais associações do setor de biodiesel (ABIOVE, APROBIO e UBRABIO) e de outros importantes órgãos e empresas, como a ABRA, ABRASP, ANP, INMET, MAPA, OLEOPLAN, UNICAFES, entre outros.