Com o objetivo de reduzir a sua dependência de combustíveis fósseis para a geração de eletricidade, minimizar a sua pegada de carbono e garantir acesso a energia, o governo da Guiana lançou um projeto de geração de energia solar.
A iniciativa, executada pelo Ministério da Agricultura, pelo Ministério de Obras Públicas e pela Companhia de Energia e Iluminação da Guiana (GPL), consiste na instalação de uma rede de painéis solares em instalações compartilhadas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
“A implementação desse serviço demonstra que esta é a direção correta para o nosso país e um passo para o nosso futuro baixo em carbono. As energias renováveis e limpas desempenham um papel fundamental no fomento do desenvolvimento econômico, da segurança energética, da criação de emprego e do alívio da pobreza de maneira mais eficaz por contribuírem para a mitigação da mudança do clima”, disse o Primeiro-Ministro da Guiana, Mark Phillips.
“O governo da Guiana mantém o seu compromisso de fornecer energia exequível, estável e confiável para beneficiar a todos e, ao mesmo tempo, reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis importados para a geração de eletricidade. Devemos investir em soluções de longo prazo para utilizar melhor a energia renovável e combater o aquecimento global”, acrescentou.
Segundo o Ministro da Agricultura, Zulfikar Mustapha, “a mudança do clima é um dos maiores desafios enfrentados pela nossa sociedade, e o nosso governo lidera a ação no nível local para reduzir as emissões por meio da estratégia de desenvolvimento baixo em carbono, com visão de equilíbrio entre o desenvolvimento nacional e a ação climática global”.
“A cadeia de produção de alimentos requer a aplicação de energias renováveis, tecnologias para melhor processamento e atividades de valor agregado para os agricultores, o que pode se traduzir em uma indústria nacional sólida. As zonas rurais podem aproveitar essa energia renovável para desenvolver o setor agrícola e acrescentar valor à produção da nossa agricultura”, enfatizou Mustapha.
O projeto tem o apoio financeiro e técnico da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Agência de Cooperação Alemã (GIZ). É também um plano piloto para a ampliação do uso das energias renováveis no Caribe e na América Latina.
A iniciativa é um marco de grande importância para o país e parte do compromisso de combater a mudança do clima assumido pelas nações do Caribe, uma das zonas mais propensas a sofrer por causa desse fenômeno.
“Hoje, geramos cerca de 25% da nossa energia com fontes renováveis, mas temos a meta de chegar a 2050 gerando 90%, o que é uma tarefa bíblica. Se não abordarmos o problema do aquecimento global, no final de século teremos um aumento de 0,6 m no nível do mar, o que significa um desastre para os Estados pequenos e litorâneos como o nosso”, afirmou o Ministro de Obras Públicas da Guiana, Deodat Indar.
“Estamos muito satisfeitos em contribuir para a matriz energética da Guiana e concordamos em que a energia renovável é uma prioridade. Queremos que a energia gerada a partir dessa iniciativa apoie jovens empreendedores a participar da agricultura, setor dominado por uma população que está envelhecendo, pelo que devemos nos esforçar mais para atrair a juventude”, disse Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
“O objetivo principal é oferecer assistência técnica às empresas regionais de serviços públicos de Jamaica, Belize, Barbados e Guiana, para desenvolver o modelo de Serviço Integrado de Serviços Públicos (IUS), demonstrando assim a sua viabilidade”, disse o Diretor da Divisão de Projetos da GPL, Ryan Ross.
“Construir o bem-estar vai a aumentar a segurança alimentar da Guiana, a sua resiliência e a sua participação no mercado global”, acrescentou.
Para o Secretário-Geral Adjunto da Organização de Estados do Caribe Oriental (CARICOM), “a expectativa é que projetos como estes empreendidos no programa permitam aos consumidores de eletricidade na Guiana terem acesso a financiamento mais exequível e reduzirem as suas contas de luz.
A expectativa é que esses projetos ofereçam mais oportunidades para as empresas locais, inclusive investidores, fornecedores de tecnologia e prestadores de serviços interessados em energias limpas”.
Por sua vez, o Secretário-Geral Adjunto da OEA asseverou que “este projeto exemplifica o êxito que se pode alcançar quando as agências evitam a duplicação de esforços, tempo e outros recursos e colaboram por um bem maior. Neste projeto, temos sido testemunhas de primeira mão do poder do trabalho em rede e da cooperação multilateral em ação”.
“A execução do projeto piloto pela GPL em associação com a OEA e o IICA acena para um futuro em que os guianenses possam ter acesso mais fácil a energia exequível e tecnologias de eficiência energética. Esse acesso terá um impacto positivo significativo nas suas vidas”, garantiu Simon Zellner, Líder do Programa GIZ TAPSEC.