Por Caroline Mendes
A necessidade de redução do uso de antimicrobianos está ancorada na emergência de bactérias resistentes que desafiam os tratamentos de doenças em humanos, animais e vegetais. Por isso, cooperativas e agroindústrias estão investimento cada vez mais na substituição dos antimicrobianos como melhoradores de desempenho por soluções naturais.
O médico veterinário Vinícius Duarte, supervisor de Sanidade do Departamento Avícola da C.Vale, conta que – pensando no uso cada vez mais restrito de antibióticos, principalmente aqueles classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como criticamente importantes para humanos -, a cooperativa adotou um plano de redução do uso de antibióticos promotores de crescimento nas rações.
A C.Vale iniciou o trabalho de substituição gradual ainda no ano de 2011. Desde então, anualmente este percentual vem melhorando. Outras melhorias nas condições de campo também estão sendo implantadas para suportar este novo cenário de produção de aves sem o uso de antimicrobianos”
Como substitutivo dos promotores de crescimento, a cooperativa está utilizando produtos comercialmente disponíveis para esta finalidade. Duarte destacou o uso de ácidos orgânicos, probióticos, prebióticos e óleos essenciais. “Os investimentos estão sendo concentrados nos testes e pesquisas de produtos alternativos, com potencial substitutivo aos antimicrobianos e nas melhorias das condições de biosseguridade e boas práticas de produção em geral, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva, desde a recria das reprodutoras até melhorias de ambiência e conforto das aves nos aviários de frango de corte”, explicou.
Duarte afirma que não foram observadas mudanças no desempenho das aves após a substituição dos antimicrobianos por produtos alternativos. Porém, esta substituição está sendo realizada de forma gradual em propriedades específicas com condições de biosseguridade diferenciadas. “Observamos um aumento de custo de produção da ração já que a dosagem e o custo dos produtos alternativos são superiores ao custo dos antimicrobianos utilizados anteriormente”, complementou o supervisor.