AI – Há quanto tempo a Phytobiotec está no mercado?
DB – A Phytobiotec foi fundada no início de 2014, em São Paulo, considerando a proibição dos antibióticos como promotores de crescimento (APC) em 2006 na Europa, buscando alternativas potentes, sustentáveis e sem impacto para o consumo humano ou o ambiente – hoje conhecido sob conceito “One Health”. Além das restrições do uso de APC, ficou evidente também que o uso de antibióticos como terapêuticos em animais de produção seria mais restringido. Inicialmente, os APC simplificaram muito a produção animal, com resultados excelentes, mas nos últimos anos os resultados produtivos ficaram abaixo do esperado por causa da resistência que bactérias desenvolveram aos antibióticos. Adicionalmente, aumentou a necessidade de tratar os animais, o que causa um crescimento dos custos de produção. Sabendo que não existe um produto único que resolve todos os desafios, desenvolvemos um programa e soluções de Phytobioticos para diferentes espécies, para diferentes fases e para a maioria dos desafios respiratórios, entéricos e produtivos no campo; somos focados na interação produtiva dos Phytobioticos com a microbiota e a fisiologia animal. Os fundadores da empresa juntaram conceitos de origem alemã com a competência de aplicação e comercialização de tecnologia sustentável no Brasil e na América de Sul, com o potencial de conquistar também clientes em outros continentes, como na Europa. Por esta razão, estamos fundando a Phytobiotec Europa ainda este ano, na Alemanha.
AI – A Phytobiotec dispõe do Agasan para reduzir o estresse térmico em aves. Em que consiste este produto?
DB – O Phytobiotico Agasan contém os óleos essenciais de menta e eucalipto e um surfactante usado na nutrição humana para manter esses Phytobioticos lipofílicos em suspensão na água. Fundamentais são a composição de cada óleo essencial e a formulação entre os componentes para atingir a funcionalidade desejada. Nós trabalhamos com óleos essenciais de altíssima concentração e qualidade, exclusivamente fornecidos pela empresa alemã Frey&Lau. O Agasan pode ser aplicado na água de bebida ou em nebulizador, conforme equipamento disponível. No caso de aves, com o estresse térmico, recomendamos combinar as duas aplicações. Para reduzir o estresse térmico imediatamente, é necessário que a epiderme e os pulmões entrem diretamente em contato com o Agasan, que funciona também em suínos, bovinos e, a princípio, em todos os vertebrados com termossensores na epiderme.
AI – Quais os principais benefícios do uso do Agasan?
DB – É importante esclarecer que o produto Agasan não se trata de homeopatia, mas de componentes de menta e eucalipto muito investigados na medicina humana; tem vários efeitos no animal e também no ambiente, com potencial de redução da pressão microbiológica viral e bacteriana no ar, na superfície da cama e em todas as outras superfícies. No animal, podemos observar uma série de benefícios, como sensação de frescor, que melhora o bem-estar – os animais até voltam a comer. Ademais, há efeitos nos brônquios: o Agasan melhora a captura de oxigênio e gera redução dos processos inflamatórias. Ao mesmo tempo, especificamente um componente de eucalipto estimula o sistema imunológico inato e adquirido: há um aumento da fagocitose e da produção de anticorpos. Também é interessante que o estímulo de certos termossensores reduz a sensação de dores, com o potencial de aumentar o bem-estar animal. Um efeito importante é o aumento da movimentação de sangue cutâneo: o Agasan atua como vasodilatador, resultando em uma redução da pressão arterial. Em suma, esses efeitos permitem, dentro de certos limites de estresse térmico, que as aves voltem a comer e, mais importante, que não morram por falha do coração – o que acontece com frequência no pico do estresse térmico. O Agasan pode ser usado em combinação com antibióticos no tratamento dos animais; aliás, trata-se de uma associação poderosa, porque os Phytobioticos amplificam a potência dos antibióticos. De qualquer forma, com base em nossas experiências dos últimos anos, acreditamos que aproximadamente 80% das doenças e desafios na avicultura, talvez mais, possam ser controlados sem uso de antibióticos. As concentrações usadas dos Phytobioticos são baixas e não deixam cheiro na carne dos animais ou resíduos que possam prejudicar a saúde humana; bem pelo contrário: existem efeitos imunológicos e metabólicos notáveis no abate, como, por exemplo, a mudança de ácidos graxos e a redução de processos de oxidação das gorduras na carne.
AI – O produto já está em uso no Brasil, sendo aplicado em granjas?
DB – O Agasan e toda nossa linha de Phytobioticos estão sendo utilizados nas produções de frango de corte, postura comercial, matrizes leves e pesadas, suínos, ruminantes de corte e leite, estendendo-se até a criação de peixes. Por sermos uma empresa jovem e pouco conhecida no mercado, estamos conquistando nosso espaço através das variadas soluções que nossos Phytobioticos oferecem, associadas a todo o serviço técnico e à capacitação dos nossos colaboradores presentes no campo. O Agasan foi nosso primeiro produto inserido no mercado brasileiro, há seis anos. Inicialmente, nossos clientes apresentaram certa resistência em acreditar que uma combinação de óleos essenciais com um aroma agradável pudesse reduzir o estresse térmico, o índice de mortalidade, evitar perdas no ganho de peso dos animais e melhorar as condições de ambiência, ajudando na respiração e reduzindo os processos inflamatórios causados pelo estresse. Simultaneamente ao início de nosso projeto, houve o caso de uma cooperativa que sofreu inúmeros casos de mortalidade devido ao estresse térmico. Para amenizar as perdas e na tentativa de controlar a situação, utilizaram vários aditivos sem sucesso. Como última alternativa, fizeram uso do Agasan, surpreendendo-se com o resultado do produto. E utilizam o Agasan até hoje.
AI – Para os próximos anos, quais os planos e/ou investimentos da Phytobiotec?
DB – A Phytobiotec é uma empresa de tecnologia que busca inovação constante sob o conceito “One Health”, de natureza sustentável. Nossa meta tecnológica é oferecer soluções para os desafios no campo com bom custo-benefício, sem uso de antibióticos e anticoccidianos. Por isso, nosso Departamento de Pesquisa & Desenvolvimento está sempre atento às novas tecnologias, com o objetivo de desenvolver soluções eficazes para aplicação na avicultura e em outros segmentos da agropecuária, que também está sempre em constante evolução. Nossas soluções são abrangentes: desde redução de vermes, tratamento de mastite, até estímulo do leite na fase de pré-parto, além de produtos para semiconfinamento em bovinos com excelentes resultados. Sabemos que os componentes dos Phytobioticos fortalecem o sistema imunológico e criam uma microbiota mais resistente e produtiva. Estamos investindo muito em tecnologias e trabalhos científicos que permitam o desenvolvimento de uma microbiota de precisão para garantir produtividade, saúde e, consequentemente, bem-estar animal, que é o presente e o futuro da produção animal. Enxergamos a interação de Phytobioticos, prebióticos e probióticos como fator-chave da produtividade na agropecuária.