A sanidade dos plantéis avícolas sempre foi um item de suma importância, mas cuja relevância se ampliou nas últimas décadas. Neste período, houve uma verdadeira transformação na própria maneira de encarar essa questão. Se recuarmos um pouco no tempo, veremos que a área de saúde animal estava muito mais focada na cura das enfermidades. A atenção dada à prevenção era muito menor, embora os técnicos já recomendassem medidas preventivas à entrada de microrganismos patogênicos às granjas e o uso de produtos biológicos.
Nos últimos anos, a aplicação criteriosa de ações ligadas à biosseguridade, assim como a adoção de programas vacinais, passou a ser prioridade dentro das indústrias avícolas visando exatamente manter o status sanitário dos plantéis. Com um mercado competitivo e desafiador, a sanidade se tornou uma garantia de manutenção das vendas, principalmente no comércio internacional. Um único caso registrado de determinada doença – ou a simples presença de microrganismos com a Salmonella, por exemplo – resultam em bloqueios, redução de vendas e arranhões de imagem, não só da empresa onde foi detectado o problema, mas muitas vezes de todo o setor produtivo.
Esse novo cenário levou os fabricantes de produtos veterinários a investirem no desenvolvimento de novos biológicos, lançando tecnologias cada vez mais inovadoras. Inclusive, no caso do mercado brasileiro, vacinas com cepas específicas, circulantes no País, o que amplia a eficácia do produto frente à enfermidade. Além disso, ganha força o conceito One Health, que pode ser traduzido como Saúde Única, em português. Basicamente, o One Health prega uma conexão entre saúde humana e animal, com a atuação preventiva em várias frentes, já que muitos agentes patogênicos afetam seres humanos e/ou animais de criação, estimação e silvestres, podendo ainda sofrer mutações atingindo diferentes espécies. A prevenção se tornou realmente o melhor remédio, e só irá crescer em importância nas próximas décadas.
Uma boa leitura!
Humberto Luis Marques