O emprego de aviários com sistema de ventilação por pressão negativa na criação de frangos de corte vem aumentando consideravelmente nos últimos anos no Brasil. Apesar das características positivas sob o ponto de vista econômico e operacional destas instalações, observam-se erros de manejo e projeto que impedem um controle adequado do ambiente. Vários estudos relatam os problemas relacionados à ambiência desta tipologia de aviários pela falta de controle da temperatura e umidade relativa, que além de afetar o bem estar das aves, favorece a produção do gás amônia, principal poluente aéreo de instalações fechadas (WANG et al., 2010; MOORE et al., 2011; MILES, et al., 2013). O controle do sistema de ventilação em aviários do tipo túnel é realizado pela mensuração dessas variáveis pelo uso de sensores. A quantidade utilizada ou o posicionamento destes, na maioria das vezes, pode ser insuficiente ou inadequado para o controle efetivo do microclima das instalações. Neste contexto, uma forma de aprimorar a ambiência térmica destes aviários seria através do posicionamento estratégico desses sensores (CORKERY et al., 2013). Assim, este estudo tem por objetivo utilizar o programa Sanos for Windows 0.1 para identificar três pontos representativos para o posicionamento de sensores de temperatura e umidade relativa em aviários do tipo túnel, com diferentes características construtivas, com o intuito de aprimorar o controle da ambiência na produção de frangos de corte.
Material e métodos
Quatro aviários destinados à criação comercial de frangos de corte (Blue House – BH, Dark House – DH, Double Wide – DW e Solid Wall – SW) situados na região de Campinas (SP) foram monitorados no intuito de fazer a avaliação da ambiência térmica. Todos os aviários possuem sistema de ventilação por pressão negativa, telhado de fibrocimento, sistema automático de arraçoamento, cama reutilizada e mesma linhagem (Cobb 500), apresentando diferenças nas dimensões, isolamento lateral, pad coolings, número de exaustores e densidade na criação das aves.
Para a análise da ambiência térmica, dados internos de temperatura de bulbo seco (Tbs -ºC) e umidade relativa (UR – %) foram coletados aos 42 dias de idade das aves, às 14hrs, no período de verão, em dois lotes, em 52 pontos distintos e equidistantes, na altura das aves. Os dados de Tbs foram coletados através de um anemômetro de fio quente (modelo VelociCalc®, marca TSITM) e de UR por um termohigrômetro (modelo THDL-400, marca Instrument®). Por haver muitos pontos de coleta, foi necessário fazer uma correção numérica dos erros ocasionado pelo tempo de duração da coleta que ocorreu entre o primeiro e o último ponto, feita através da adaptação da metodologia de Barbosa Filho et al. (2011) e Barato et al. (2006). Com esses dados foi feito o cálculo do Índice de Conforto Térmico (ITU) proposto por Thom (1959), classificado em Conforto (entre 64 e 74), Alerta (entre 74 e 78) e Perigo (entre 78 e 84). Foi feita a análise descritiva dos dados de Tbs e UR pelo software SAS®. Para os dados calculados de ITU foi realizada a análise de geoestatística pelo software GS+ para a entrada dos dados de semivariograma no programa Sanos for Windows 0.1 para identificar os três pontos representativos para o posicionamento dos sensores. O motivo da escolha de três pontos foi em função de custo, pois seria necessário o uso de seis sensores (três para mensuração da Tbs e três para UR, respectivamente) e pelo fato de que aviários com sistema de ventilação por pressão negativa geralmente apresentam três zonas de temperatura: região com temperaturas mais baixas (próxima à entrada de ar), região com temperaturas médias (parte central da instalação) e região com temperaturas mais elevadas (próxima aos exaustores). Os mapas foram gerados utilizando o software Surfer 8.0.
Leia a matéria na íntegra clicando aqui.