A preocupação quanto à produtividade das lavouras de segunda safra do milho e a alta do dólar impulsionaram os valores do insumo no mercado interno, de acordo com o Centro de Pesquisas Avançadas de Economia em Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Conforme colaboradores do Cepea, chuvas pontuais foram registradas em algumas regiões do Centro-Sul nos últimos dias, mas o volume foi considerado baixo para recuperar o potencial produtivo das lavouras. Assim, incertos quanto à oferta de milho nos próximos meses, produtores estão retraídos do mercado, sustentando o movimento de alta dos preços.
Entre 11 e 18 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou 0,4% na região de Campinas (SP), a R$ 42,61/saca de 60 kg na sexta-feira, 18. Na parcial do mês, o Indicador acumula forte alta de 8,2%.
A forte valorização do dólar neste mês também tem influenciado as altas dos preços internos. Desde o início de maio, a moeda norte-americana se valorizou 6,7% e, na parcial deste ano, 13,1%, atingindo R$ 3,74 no dia 18.
Soja
A forte alta do dólar nos últimos dias gerou expectativas de valorização da soja no Brasil, tendo em vista que o câmbio elevado favorece as exportações, afirma o Cepea. No entanto, segundo pesquisadores, as quedas nos valores do grão na CME Group (Bolsa de Chicago) e dos prêmios de exportação brasileiros limitaram os aumentos dos preços da oleaginosa no mercado doméstico.
Com isso, vendedores optaram por não negociar a preços menores, reduzindo a liquidez interna, avaliam os analistas do Cepea. A moeda norte-americana subiu expressivos 3,9% entre 11 e 18 de maio, indo para R$ 3,74 na sexta-feira 18, o maior valor desde março de 2016.
Nesse período, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiram ligeiro 0,5%, a R$ 85,82 e a R$ 80,29/saca de 60 kg, respectivamente, na sexta-feira (18).