Mais de 100 suinocultores independentes de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e de São Paulo participaram de uma importante reunião no auditório da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) nesta quarta-feira, dia 4. Um dos principais objetivos do encontro foi firmar a troca efetiva de informações, para que os principais mercados produtores e consumidores tenham mais solidez no preço do suíno.
Outro objetivo é criar um departamento de levantamento de preços do suíno dentro das quatro associações, uniformizando as informações de mercado entre os estados. “Essa união dos estados é uma das principais demandas para a suinocultura independente. Precisamos juntar forças para que os suinocultores possam se manter vivos na atividade”, relata o suinocultor Odanir Farinella.
A articulação entre as entidades e os produtores visa equilibrar o mercado independente. “Precisamos para de entregar suínos sem preço justo e muitas vezes abaixo do custo de produção. Precisamos mudar essa realidade para que a suinocultura independente possa sobreviver com renda e qualidade de vida no campo. A partir de hoje a suinocultura independente terá uma nova realidade porque todos terão um compromisso maior na formação de preço”, afirma o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
Conforme Jacir Dariva, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), a unificação das informações de mercado entre as associações e que vai balizar o preço do suíno, só será real com a participação efetiva dos suinocultores. “Nessa reunião as associações tiveram o poder de trazer o produtor para debater esse problema. Essa é uma iniciativa que vai surtir efeitos porque os suinocultores assumiram o compromisso junto às entidades. A partir de hoje vamos ter mudanças na forma de comercializar suínos dentro do Brasil”.
O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, apresentou a metodologia utilizada na formulação da bolsa de suínos em São Paulo, que é referência no mercado nacional.
Ferreira analisa que os mercados produtores e consumidores não se comunicam, fator que gera fragilidade para o produtor. “Precisamos trocar informações que tenham sustentação para que todos os suinocultores possam entender a evolução de preços. Outro ponto importante é a criação de um departamento identificador de preços nas associações estaduais, consolidando uma metodologia que vai uniformizar as informações, com o intuito de tirar a fragilidade do produtor. Quanto mais informação, menor a especulação”.
Em 90 dias a APCS vai apresentar às demais associações e aos produtores de que forma o departamento identificador de preços seria constituído dentro das entidades. “Vamos comprovar sua legalidade jurídica e econômica. Precisamos desenvolver uma ferramenta que tenha amparo jurídico e que possa interferir em algum momento no mercado mostrando que as fontes dadas para o indicador têm informação correta”.
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