No setor de produção de ovos, as vantagens advindas do uso recente de novas tecnologias são contabilizados em termos de ganho de homogeneidade de lote, melhor regularidade na distribuição das dietas, padronização na classificação dos ovos, diminuição dos ovos quebrados e/ou sujos, entre outras. As gaiolas de arame galvanizado, onde são alojadas as aves, são dispostas em andares semi-sobrepostos de forma piramidal e representam os sistemas convencionais de instalação de poedeiras.
Nestes sistemas, há um distanciamento entre os andares de gaiolas e o solo para o armazenamento temporário e gradativo dos dejetos ali depositados por gravidade. Em sistemas convencionais, os dejetos permanecem por longos períodos sob as gaiolas até que sejam retirados, de forma manual ou até mesmo por maquinários específicos, permitindo a obtenção de dejetos mais secos, em menor quantidade e volume, do que os frescos e, em alguns casos, em fase de decomposição avançada. No caso das gaiolas de arame ou de plástico, as quais permanecem totalmente unidas e sobrepostas umas às outras em andares, constituem os sistemas automatizados de produção, ou sistemas de produção em baterias verticais, e se acomodam no interior de galpões com maior capacidade de alojamento por área. Nos sistemas automatizados, o espaço abaixo das gaiolas para armazenamento dos dejetos é substituído pelo uso de mantas ou esteiras coletoras de dejetos, que ficam entre os andares de gaiolas.
Neste sistema, o manejo dos dejetos é realizado diariamente ou a cada dois dias com a utilização de uma esteira mecânica, própria deste tipo de construção de gaiolas. Com tal manejo, os dejetos apresentam características diferentes dos provenientes de sistemas convencionais, pois quando frescos apresentam umidade alta, alto teor de nitrogênio, de micro-organismos, matéria orgânica e outros compostos. O manejo de dejetos merece destaque atualmente como uma preocupação a mais aos produtores do setor, envolvendo qualidade e comércio, assim como interferindo nos custos de investimento e retorno, que são fatores importantes na produção lucrativa de aves. Desta forma, a produção de dejetos deve ser gerenciada como parte importante dentro do processo produtivo e nunca ser negligenciado, pois poderá se tornar um grande passivo do empreendimento.
Por causa do alto potencial biogênico dos dejetos, não é aconselhado o uso no solo sem tratamento. Gases emitidos e odores formados durante a degradação dos dejetos são importantes evidências do impacto ambiental causado. A emissão de gases da atividade, como amônia, o dióxido de carbono e metano, podem ter implicações na produção, saúde humana e meio ambiente. Problemas no manejo das instalações e dos dejetos poderão aumentar substancialmente a emissão destes gases. O uso não controlado de dejetos como fertilizante traz sérias consequências ao meio ambiente, como a fertilização excessiva do solo, com alto teor de nutrientes, resultando em contaminação de águas subterrâneas e eutrofização de águas superficiais. Neste sentido, é importante que se tenha conhecimento da legislação brasileira no que diz respeito ao seu controle, registro e uso no solo. Pode-se citar como exemplo a IN 25/2009 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA (que trata dos biofertilizantes) e a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA 452/2009 (estabelece as concentrações máximas de alguns parâmetros no solo). Diversas são as opções disponíveis para o manejo e o tratamento dos dejetos de aves poedeiras. Cada uma delas tem sua indicação, dependendo das características individuais de cada propriedade e dos dejetos ali produzidos. Porém, os primeiros passos a serem tomados são o gerenciamento da produção de dejetos e a escolha do tratamento.
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