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Energia Solar

Fabricantes de painéis solares enfrentam escassez de componente

Fabricantes de painéis solares estão sendo bombardeadas pelo aumento dos custos e pela redução das margens

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As fabricantes de painéis solares estão sendo bombardeadas pelo aumento dos custos e pela redução das margens, porque uma matéria-prima fundamental se tornou inesperadamente escassa.

Os preços do polissilício, o principal componente das células fotovoltaicas, chegaram a disparar 35 por cento nos últimos quatro meses depois que várias fábricas na China foram fechadas por órgãos de regulamentação ambiental.

Isso eleva os custos de produção em um momento em que os preços dos painéis continuam caindo, e diminui os resultados das fabricantes na China, o maior fornecedor mundial. A Canadian Solar e a Hanwha Q Cells já informaram declínios acentuados dos lucros, e outras empresas provavelmente também serão afetadas, como a JA Solar Holdings, que informará seus resultados na quarta-feira, e a JinkoSolar Holding, maior produtora de painéis de capital aberto.

“Simplesmente não há polissilício suficiente na China”, disse Carter Driscoll, analista da FBR & Co. que acompanha fabricantes de painéis solares. “Se os preços não caírem, as margens serão esmagadas.”

A disparada dos preços ocorreu após uma campanha ambiental na China que coincidiu com uma queda anual na produção de polissilício, segundo Jenny Chase, diretora de análise de energia solar da Bloomberg New Energy Finance. Normalmente, as refinarias chinesas reduzem a produção de polissilício durante o verão boreal para a manutenção de rotina. As fabricantes de painéis antecipam a desaceleração sazonal, mas neste ano ela foi exacerbada quando o Ministério da Proteção Ambiental da China fechou várias usinas de silício metalúrgico, um polissilício parcialmente refinado que outras empresas purificam mais para usar em células fotovoltaicas.

Os dois acontecimentos causaram uma escassez de polissilício que levou os preços na China de US$ 14 a US$ 19 por quilograma nos últimos quatro meses, segundo a Canadian Solar, com sede em Guelph, Ontário, que tem a maioria de suas fábricas na China.

“Não projetávamos que o preço do polissilício subisse tanto na China, ninguém esperava isso”, disse o CEO Shawn Qu em uma teleconferência com analistas em 9 de novembro. A margem bruta da segunda maior empresa solar caiu de 24,2 por cento no segundo trimestre para 17,5 por cento no terceiro trimestre, e sua renda líquida foi de menos de metade do previsto pelos analistas.

Variação

Os preços do polissilício variam segundo a região. Um índice de médias dos preços globais à vista da Bloomberg New Energy Finance mostra que o polissilício subiu para US$ 15,80 por quilograma em outubro, o valor mais alto desde julho de 2016. É muito menos que o recorde atingido em 2008, quando o setor solar começou seu boom e os preços dispararam para US$ 475 por quilograma.

A exposição das fabricantes aos preços vai variar, dependendo em parte da duração de seus contratos de fornecimento. Por exemplo, a Canadian Solar teve acesso a uma quantidade limitada de polissilício barato no terceiro trimestre, graças a contratos assinados no fim de junho. Já não é mais assim.

“Acredito que no longo prazo a situação vai se equilibrar, mas nós não controlamos diretamente essas matérias-primas, infelizmente”, disse Qu. “Espero que este seja o máximo preço possível.”