A cadeia produtiva de suínos vem sofrendo com altos custos de produção e preços em baixa neste inicio de ano. Em Santa Catarina, maior Estado produtor do país, os suinocultores já trabalham no vermelho.
Entre os principais fatores de aumento nos custos está o preço do milho para a ração animal. O forte volume embarcado em 2015 colaborou para a elevação dos preços no mercado interno, e restringiu a disponibilidade do cereal em algumas regiões.
De acordo com o presidente da ACCS (Associação dos Catarinense dos Criadores de Suínos),
Losivanio de Lorenzi, no Estado os produtores relatam dificuldade de adquirir o grão, no entanto “a situação deve melhorar nas próximas semanas, com a entrada da colheita (safra de verão), mas neste momento é desesperado o cenário vivenciado na atividade”, destaca.
Além do milho, a valorização do farelo, insumos dolarizados e energia elétrica, também geram um custo maior para atividade. Recentemente o Ministério da Agricultura anunciou o leilão de 500 mil toneladas de milho para conter a alta nos preços. De acordo com o edital publicado nesta segunda-feira (25) o cereal será comercializado com Preço de Liberação dos Estoques (PLE) de R$ 17,50 por saca de 60 kg.
“Quem produz milho hoje precisa entender que se começar a pressionar muito, as indústrias vão começar a parar a produção e irá sobrar cereal lá na frente”, alerta o presidente.
Segundo ele, nesta semana a bolsa de suínos definiu o preço pago o produtor independente em R$ 3,00/kg, enquanto que os custos giram em torno de R$ 3,70 o quilo. Além disso, de dezembro até o momento a cotação no Estado saiu de R$ 3,70/kg para R$ 3,00/kg no mercado independente, uma perda de 23% em pouco menos de dois meses.
Lorenzi ressalta que a preocupação é grande, pois com os custos neste valor a produção torna-se praticamente inviabilizada. “Por mais que sejamos competitivos quando comparado a carne bovina, ainda há um mito quanto ao consumo de carne suína que impede o avanço da demanda”, acrescente.