Mais de 14 mil postos de trabalho do agronegócio foram perdidos no segundo trimestre do ano – o saldo mais negativo desde o início da série histórica, em 2007. O resultado é a diferença entre o número de admissões e de desligamentos de trabalhadores formais no período.
Excluindo a sazonalidade da atividade, característica nesses meses por conta do fim da safra das culturas temporárias, o desempenho negativo é atribuído a setores que costumavam aumentar as vagas no período e, agora, reduziram o número de postos de trabalho.
Na comparação com o segundo trimestre de 2015, os setores que tiveram as maiores reduções foram a fabricação de produtos do tabaco (-1.818 empregos), a cultura de maçã (-962) e o abate e produção de carnes e derivados (-830), segundo levantamento divulgado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), com base em dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged). No caso do abate e produção de carnes, o movimento é explicado pelo aumento dos custos de produção, especialmente por conta da alta do preço do milho.
– As dificuldades vividas pelas indústrias, tanto de aves quanto de suínos, são traduzidas nos números do mercado de trabalho – explica Rodrigo Feix, coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE.
O economista destaca que os desempenhos positivos se concentram especialmente no segmento “depois da porteira”, constituído principalmente de atividades agroindustriais e que responde por mais de 60% do total do emprego celetista do agronegócio gaúcho.
Apesar do resultado negativo no trimestre, o agronegócio ainda acumula saldo positivo no primeiro semestre, com 7.185 postos de trabalho – embora inferior ao mesmo período de 2015.
– No acumulado do ano passado, o agronegócio gaúcho fechou com saldo negativo. A tendência é que o mesmo ocorra em 2016 – prevê Feix.