A grande evolução da avicultura só foi possível, entre outros fatores, devido à utilização de aditivos alimentares na dieta das aves, a qual, aliada a precisão nas formulações, fez com que a alta produtividade da cadeia fosse atingida. Entretanto, com a crescente preocupação em relação à proibição quanto ao uso de antibióticos promotores de crescimento ocasionada pela pressão gerada, inicialmente, por países Europeus e, mais recentemente, pelos Estados Unidos, o uso de outros aditivos se faz necessário. Desse modo, alternativas vêm sendo estudadas. Com a retirada dos antibióticos, é necessário identificar mecanismos que possibilitem manter o desempenho conquistado com seu uso como, por exemplo, através da redução das bactérias patogênicas no trato digestivo na fase inicial e ao longo de todo o período de criação.
Os ácidos orgânicos, classificados como todo composto químico que contenha o grupo funcional carboxila, apresentam um enorme potencial na nutrição das aves, pois são substâncias acidificantes que agem reduzindo o número de bactérias patogênicas como a Escherichia coli e Salmonella, por causar a redução do pH do citoplasma bacteriano sem, no entanto, afetar a microflora benéfica. Os ácidos orgânicos de cadeia curta são os responsáveis pela ação antibacteriana, participam da nutrição dos enterócitos e são diretamente absorvidos pelas células. Dentre esses, o ácido butírico possui como características melhorar o desenvolvimento da mucosa intestinal, apresenta comprovado efeito sobre o aumento das vilosidades intestinais e aumento da retenção de cálcio e fósforo da dieta. Por seus benefícios, tem se mostrado um importante aliado na nutrição das aves.
Na fase inicial, ocorrem as maiores mudanças e desenvolvimento do trato gastrointestinal das aves, a microflora aumenta significativamente (aumento de vilosidades, número de enterócitos e profundidade das criptas), por isso muita atenção tem sido direcionada a esse período. O ácido butírico, por sua influência benéfica sobre crescimento das células da mucosa intestinal, aumento da atividade enzimática, facilitando a absorção de nutrientes, prevenção e regeneração de lesões epiteliais, apresenta um grande potencial de uso na nutrição das aves.
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O ácido butírico é obtido por meio da fermentação dos carboidratos no rúmen e no cólon de animais onívoros. Em sua forma química, o ácido butírico apresenta um odor forte, característico, entretanto, na forma de esteres, conhecida como tributirina, esse odor desaparece. Essas moléculas, com alta concentração do ácido, são estáveis ao longo de todo processo de produção e são liberadas especificamente no intestino. Estudos com frangos de corte relatam que aves suplementadas com tributirinas apresentaram melhora na eficiência produtiva, um aumento longitudinal significativo nas vilosidades intestinais, redução na população das bactérias Clostridium perfringens, E. coli e Samonella sp e aumento da contagem de Lactobacillus (UFC/g).
Manter o desempenho das aves frente aos novos desafios do mercado é fundamental para o prosseguimento da cadeia avícola. Desse modo, o uso de ácido butírico, principalmente na forma de tributirina, devido a seu efeito positivo sobre a mucosa intestinal surge como alternativa ao uso de antibióticos promotor de crescimento.
