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Bioenergia

Paraná precisa investir mais em energias renováveis

Conferência Internacional debateu os principais entraves do setor e apresentou estudo inédito feito com o setor industrial.

Paraná precisa investir mais em energias renováveis

Terminou nesta terça-feira, 20, em Foz do Iguaçu, a Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015, que contou com o II Seminário de Energias Renováveis como vetor do desenvolvimento do Oeste do Paraná e a Feira tecnológica de Energias Renováveis. Durante dois dias foram discutidos formas alternativas de energias, como o uso de painéis fotovoltaicos, biomassa e biogás; incentivos fiscais, regulamentação do mercado, logística reversa, geração distribuída e smart grid.

 “Tivemos um trabalho muito intenso, em que foram discutidas todas as tecnologias que estão sendo tratadas com relação a distribuição e geração de energia para que possamos ter um mundo menos dependente de energias fósseis ”, avalia Celso Romero Kloss, superintendente do Paraná Metrologia, que organizou o evento.
 
Ocorreram oito painéis com os temas centrais: iniciativas paranaenses, energias inteligentes e o mercado, bioenergia e desenvolvimento socioeconômico, fontes renováveis na matriz energética, políticas econômicas de incentivo e regulamentação, geração distribuída e smart grid, logística reversa, energias renováveis e eficiência energética. A conferência contou com 32 palestrantes de moderadores, entre eles o pesquisador italiano, professor Giuliano Grassi da presidente da European Biomass Industry Association (Associação Europeia de Indústria de Biomassa).
 
Eficiência energética na indústria paranaense
 
Foi apresentado na Conferência, em primeira mão, os resultados do estudo do setor de energia da pesquisa Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, realizado pelos Observatórios Sesi/Senai/IEL, do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná. O estudo iniciou em 2013 e pesquisou 180 empresas, de grande e médio portes, dos setores moveleiro, metalúrgico e de alimentos no Paraná.
 
O resultado mostrou que para a grande maioria das empresas, cerca de 70% delas, a eficiência energética está entre as ações estratégicas. Entretanto, a pesquisa apontou ainda que as entrevistadas não possuem comissões internas, profissionais capacitados ou projetos de eficiência energética. “As empresas moveleiras foram as que relataram maior dificuldade de implementação de outras fontes de energia ou eficiência energética, mas todos os setores disseram que os grandes entraves são a falta de conhecimento de editais de fomento e linhas de crédito disponíveis”, revelou Lilian Machado Moya Makishi, analista do Observatórios Sesi/Senai/IEL, que apresentou o estudo durante a Conferência Smart energy.
 
Apesar do potencial energético em biomassa, biogás, energias eólicas e solar, a energia da concessionária ainda é utilizada em 100% das empresas, sendo que a segunda fonte de energia, geralmente, não é de energia  renovável.  “Apenas no setor de alimentos a biomassa aparece como outra fonte de energia para algumas empresas. A metalúrgica e a moveleira ainda utilizam gás natural, GLP ou óleo diesel”, ressaltou a analista.
 
Com base nos resultados, foram criadas ações para ajudar no desenvolvimento da eficiência energética na indústria paranaense. Estão sendo realizados diagnósticos de interesse dos empresários, organização de seminários e monitoramente de ações, agendas e editais na área. “Estamos trabalhando na elaboração de um documento com diretrizes para subsidiar a formulação de políticas públicas no Paraná e criaremos fóruns permanentes de pesquisa na área de planejamento energético”, afirmou.
 
Na área de biomassa e biogás, será estimulada a cadeia de suprimentos, a tecnologia existente para o beneficiamento da madeira e a ampliação da base florestal, com plantio de culturas energéticas. “Ainda vamos mapear as potencialidades para geração distribuída nas áreas solar e eólica, monitorar redução de custos de tecnologia e ajudar a popularizar essas formas de geração”, contou.
 
De acordo com a analista, o Brasil está caminhando a passos lentos na questão de energia, por isso é fundamental criar projetos e estimular investimentos e políticas governamentais. “O Brasil tem uma matriz que sempre foi hidrelétrica. E agora esse potencial está se esgotando. Então, precisamos desenvolver, principalmente, a geração distribuída de energia fotovoltaica, eólica, biomassa e outras fontes renováveis para ajudar o desenvolvimento industrial do Paraná”, salientou Lilian Machado Moya Makishi.
 
A Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015 foi  organizada pela Paraná Metrologia, e realizado pelo Sebrae-PR e pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado Paraná, teve o patrocínio do BRDE, da Copel, da Fiep, da Itaipu Binacional e da Sanepar.