Mesmo com a crise econômica que atinge o país, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso do Sul deve crescer R$ 2,48 bilhões em 2016 frente a 2015, passando de R$ 22,78 bilhões para R$ 25,26 bilhões, o que representa um incremento de 10,93%. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (09/12), pelo presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Sistema Famasul), Mauricio Saito.
O VBP é um indicador da atividade calculado com base nos volumes de produção e preços médios da agricultura e pecuária do estado.
Saito reiterou que está não é a primeira e nem será a última crise que o agronegócio enfrenta, mas que por ser um setor altamente competitivo vem apresentando uma certa vantagem diante de outros segmentos e, por isso, continua crescendo. Entretanto, alertou que em 2016, influenciado pela alta do dólar, o custo de produção deve aumentar e as margens de lucro devem ficar ainda mais apertadas.
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Do VBP projetado para o estado, o diretor executivo do Sistema Famasul, Lucas Galvan, destacou que 36,82% devem vir da atividade pecuária, que inclui a criação de bovinos, suínos e aves, além da produção de leite, e os outros 63,2%, da agricultura, com a produção de soja, milho e cana-de-açúcar, principalmente.
Galvan destacou o panorama para o próximo ano de algumas das principais atividades do segmento no estado. Para a pecuária, por exemplo, comentou que neste ano os criadores adotaram a estratégia de segurar as matrizes para aumentar o número de animais de reposição no próximo ano, o que indica que em 2016, a oferta de animais prontos para o abate ainda deve ser restrita, o que aponta para que os preços da arroba continuem em alta.
No caso dos grãos, o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Christiano Bortolotto, aponta que o plantio da oleaginosa deve ser concluído ainda nesta semana. Com uma área cultivada de aproximadamente 2,4 milhões de hectares o estado deve, conforme ele, colher uma safra recorde de 7,3 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 6% frente a temporada passada.
“Este foi um ano muito bom para a agricultura no estado. O produtor investiu em tecnologia, escolhendo variedades mais resistentes de soja e já se prepara para um excelente ciclo de milho, com projeção de produção de 9 milhões de toneladas. Ele enfrenta o El Ñino mais intenso dos últimos anos, e ainda tem que lidar com as variações do câmbio, tanto na aquisição de insumos quanto na comercialização do grão”, avalia Bortolotto, revelando que no dia 14 de janeiro será iniciada oficialmente a colheita da oleaginosa em Mato Grosso do Sul.
