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Mercado Interno

SNA prevê recorde histórico para safra de grãos em 2015

De acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura, a produção brasileira de grãos tem grandes chances de surpreender.

SNA prevê recorde histórico para safra de grãos em 2015

Em meio às incertezas climáticas, às tendências de queda na liquidez e de elevação dos juros no mercado internacional, com impacto sobre os preços das commodities, o que podemos esperar da próxima safra? De acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura, a produção brasileira de grãos tem grandes chances de surpreender.

“A safra de grãos de 2014/15 deverá superar 200 milhões de toneladas – um recorde histórico para o País. Esse aumento de produção é esperado em decorrência do pequeno crescimento na área plantada e da melhoria da produtividade”, assinala o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, que prevê crescimento de 1,5% da área destinada ao plantio e produção 4% maior que a safra anterior.

Apesar das boas perspectivas, Alvarenga reforça a influência do fator clima. “Todas as previsões devem ser vistas com reservas, tendo em vista a possibilidade de eventos climáticos que venham alterar a produtividade”, diz Alvarenga.

Contribuição
No aspecto geral, o diretor da SNA, Helio Sirimarco, afirma que o cenário mais provável para o próximo ano sugere uma contribuição menor do agronegócio para a balança comercial brasileira. “Existem indicações de queda ou estagnação das exportações do setor, com retração dos preços médios dos produtos exportados. A equação pressupõe, ainda, que a produção brasileira de grãos seguirá a trajetória antecipada pelos primeiros levantamentos de safra”, ressalta.

“O valor das exportações do setor deverá cair em torno de 3% na comparação com este ano, para alguma coisa ao redor de US$ 99,03 bilhões, quase 1% abaixo do resultado de 2013, quando o agronegócio exportou US$ 99,96 bilhões. Provavelmente, teremos um pouco menos de exportações de soja e milho, em receita, e um pouco mais de carnes e café”, complementa o diretor da SNA.

Soja
Para o presidente da SNA, a soja é o produto que terá melhor desempenho na próxima safra, atingindo um total de 95 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 10% em relação à safra anterior. O êxito do complexo soja também é compartilhado por Helio Sirimarco.

“Podemos esperar um novo recorde de exportação, com algo próximo a 63.2 milhões de toneladas, das quais a soja em grão responderá por 48 milhões de toneladas, contra 46 milhões esperados para 2014, segundo previsão da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove). Em volume, o crescimento será de 5%, respondendo à demanda mundial, que continua aquecida”.

Carnes e Celulose
Para as carnes, “as perspectivas permanecem positivas, o que não deverá ocorrer para a celulose, frente à expectativa de excedente de oferta, principalmente diante do baixo desempenho econômico e financeiro da economia europeia”, observa o diretor da SNA.

Já a indústria de carnes, de acordo com Sirimarco, “espera manter a boa fase, diante de problemas de oferta registrados nos principais concorrentes brasileiros, afetados por questões sanitárias e dificuldades climáticas”.

Para o setor avícola, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita numa expansão entre 3% e 4% nos volumes exportados em 2015.

“Será um ano positivo, mas não como em 2014”, prevê o diretor da SNA, acrescentando que o desempenho das exportações do setor poderá ainda ser potencializado pela crescente demanda por material genético produzido no País e pela multiplicação de episódios de influenza aviária.

Algodão e Milho
Por outro lado, o algodão e o milho são produtos que irão sofrer queda na produção, por conta da redução na área plantada. É o que explica Antonio Alvarenga.

“Os produtores reduziram a área plantada em conseqüência da queda nas cotações internacionais desses produtos, o que significa menor rentabilidade para o produtor”.

Café e Cana
Quanto à safra de café, Alvarenga antecipa uma significativa queda de produção, em decorrência do longo período de estiagem em 2014.

“Em algumas regiões, a redução pode atingir 20% em relação ao ano anterior. Já a cana de açúcar deverá sofrer uma redução 4% em relação ao ano anterior, tendo em vista a estiagem e a grave crise que o setor atravessa”, ressalta.