Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Sanidade

Desinfecção de granjas constitui um processo muito importante na atividade avícola

O objetivo principal da desinfecção rotineira das instalações da avicultura é a retirada de detritos e eliminação de agentes causadores de doenças como vírus, bactérias e parasitas, antes do alojamento de um novo lote de animais.

Desinfecção de granjas constitui um processo muito importante na atividade avícola

Dentro do conceito de biossegurança desinfecção de granjas constitui um processo muito importante na atividade. A desinfecção marca o início de uma sequência de atividades técnicas e administrativas cujo objetivo é reduzir o risco do comprometimento da produtividade o que pode ocasionar grandes perdas econômicas ou causar impactos sobre a saúde pública como a Salmonelose.

Um ambiente potencialmente contaminado, não oferece aos animais resistência o suficiente, doenças são estabelecidas quando tem grande presença de agentes patogênicos. Os animais adoecem em maior frequência, causando perdas diretas (mortes) ou indiretas (perda de peso, gastos com medicamentos, condenações e transmissão de doenças).

Os agentes patogênicos podem ficar presentes no meio ambiente e nas instalações por longos períodos gerando o que é chamado de pressão de desafio. Umidade, ausência de incidência de luz solar e temperaturas amenas são condições favoráveis à preservação dos agentes viáveis e ativos, aguardando oportunidade de contaminarem um organismo animal, se multiplicarem e disseminarrem a outros animais do lote.

Fatores ambientais como umidade, pH, temperatura e luz influência na sobrevivência dos agentes.

Vale ressaltar que existe pouca informação sobre a sobrevivência dos agentes nas condições de produção avícola brasileira. Há necessidade de estudos atuais sobre o tempo de sobrevivência e capacidade de infecção nas diversas condições da avicultura brasileira visando um melhor controle.

Se a higienização não for feita de forma correta, o lote seguinte de aves irá se deparar com os agentes que restaram no ambiente, oriundos do lote anterior. O somatório da baixa higiene das instalações ao estado de baixa de resistência dos animais é a fórmula perfeita para o aparecimento de doenças nos animais recém-transferidos.

As aves em ambientes com baixa pressão de desafio (no caso, limpos e desinfetados) e com boa resistência (nutrição adequada e imunizados com vacinas adequadas e específicas ao desafio no momento correto dentro da realidade epidemiológica da granja/empresa/região) têm melhor desempenho e menor ocorrência de doenças, gerando melhores resultados.

Apesar de fazer parte da rotina das granjas, a medida preventiva é mal conduzida muitas vezes, seja pelo uso de produtos inadequados, produtos de baixa qualidade ou uso incorreto, o que ocasiona sérias perdas devido a ocorrência de doenças e gastos com medicamentos.

Todo processo que resulta numa eficaz desinfecção e melhora da biossegurança, envolve pessoas. Então os recursos humanos envolvido de uma ponta a outra devem ser orientados e supervisionados para o sucesso. Os profissionais envolvidos na lavação e desinfecção devem ser treinados nas etapas ou passo a passo, sempre explicando os motivos e a importância de cada etapa. Parte deste treinamento pode envolver ensaios microbiológicos para avaliação da eficácia da limpeza e desinfecção, que auxiliam a monitorar a qualidade do serviço e necessidade de treinamento.

A limpeza e desinfecção de instalações, veículos, equipamentos, silos, entre outros, requer o investimento nos insumos e tempo de mão de obra, mas consiste em investimento rentável, tendo em vista que geralmente a prevenção de uma doença é mais fácil e barato que lidar com um surto e suas perdas.

Uma importante ferramenta de biossegurança como a desinfecção não pode simplesmente ser feita sem nenhum controle ou avaliação de sua eficácia.

A utilização de testes microbiológicos é preferível ao uso de testes químicos. Os testes de eficiência demonstram a real ação do produto em destruir micro-organismos, além de serem mais práticos e podem escolher o tipo e microrganismo alvo.

Os desinfetantes são um excelente investimento, mas não são drogas miraculosas que resolvem qualquer problema. São ferramentas e cada qual tem uso específico e limitações. Os desinfetantes são produtos valiosos para a prevenção de doenças, cabe a cada um utilizá-lo de forma correta e avaliar o trabalho e os resultados.
 
Autor: Luiz Eduardo Ristow  Médico Veterinário e Mestre em Medicina Veterinária Preventiva. (colaborou neste artigo o acadêmico Guilherme Silva)