A 12ª edição da Feira Latino-americana de Aves e Suínos, a Avesui 2013, terminou nesta quinta-feira (16) com o balanço de 17,8 mil visitantes durante os três dias de atividades e uma estimativa de R$ 400 milhões em negócios realizados. O evento, que aconteceu no CentroSul, em Florianópolis, reuniu mais de 150 empresas nacionais e internacionais e centenas de produtos e serviços dos setores de aves e suínos. A feira provou que com inovação, tecnologia e conhecimento é possível reverter o momento de turbulência enfrentado pelo mercado no último ano e alcançar resultados positivos em 2013.
Além dos estandes das empresas, uma das áreas mais visitadas durante a feira foi a Granja Modelo, uma espécie de showroom com o que tem de melhor e mais moderno no mercado para criação de aves e suínos. A presença chinesa no evento, à frente de 60 dos 150 estandes, assim como a de visitantes argentinos, chilenos, americanos, franceses, holandeses, entre outras nacionalidades, também foi destaque, mostrando que a Avesui já entrou no calendário internacional de eventos do setor. A participação de expositores internacionais na feira dobrou em comparação à edição anterior.
O Seminário Técnico-Científico, que incluiu paineis temáticos, como os de Biomassa, Logística e de Reciclagem Animal, também tiveram presença maciça dos visitantes, que vieram atrás de mais conhecimento e estudos na área. “A edição da AveSui deste ano consolidou ainda mais o evento no cenário mundial da avicultura e suinocultura, mostrando sua importância para os setores como multiplicadora de negócios, inovação e conhecimento”, avalia Andreia Gessulli, diretora da feira.
Segundo a diretora, as rodadas de negócios entre empresas brasileiras e estrangeiras também foram um ponto alto da feira, o que resultou em diversas parcerias e acordos de cooperação que podem movimentar o mercado nos próximos meses. “O evento cumpriu bem o seu papel, de colocar as pessoas no centro dos negócios”, afirma Andreia, que planeja novidades para a próxima edição da Avesui, novamente, em Florianópolis.
Genética e qualidade da ração
Na quinta-feira, nos últimos paineis da AveSui 2013, o destaque foi a experiência americana na evolução da produção e no desenvolvimento genético e os cuidados necessários para produzir uma ração de qualidade. No painel de avicultura, o gerente técnico da Agroceres Leandro Hackenhaar abordou a importância de estabelecer controles de qualidade na produção. “Se receber uma soja ou um milho de má qualidade tem que devolver. Não adianta compensar com aditivos depois”, afirma. Ele enfoca a necessidade e a importância da prevenção: “aplicar protocolos de biossegurança é sempre mais barato”..
No início do painel de suinocultura, a Birchwood Genetics, dos EUA, apresentou as tendências para o desenvolvimento genético, como a inseminção pós-cervical, a utilização cada vez menor de células e doses para cada aplicação e a preservação criogênica do sêmen. “Produzir suínos é uma ciência mas também é uma arte. Bem tratado, o animal melhora seu potencial produtivo e para isso é fundamental dar treinamentos para os funcionários. Nos EUA, a rotatividade caiu bastante, para 30% ao ano na linha de produção e a atividade está um pouco menos nas mãos de famílias e mais nas de grandes empresas”, explicou José Henrique Piva, diretor técnico da Agroceres PIC.
Nas últimas décadas, os Estados Unidos reduziram o número de matrizes (hoje em 45 milhões) mas ampliaram o volume de abates (60 milhões/ano), fruto das melhorias genéticas e da otimização da produção. “O mercado americano deixou de ser importador para ser exportador, atendendo hoje países como Japão, China e Coreia do Sul”, disse Piva.