Nos próximos dez anos, a produção de grãos no Brasil deve alcançar 222,3 milhões de toneladas, com potencial para chegar a 274,8 milhões de toneladas. Os dados são do estudo Projeções do Agronegócio 2012/13 a 2022/23, divulgados pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, nesta quinta-feira, 27 de junho, em Brasília.
“É importante destacar que esse trabalho desenvolvido aqui no Ministério da Agricultura, além de indicar para produtores e governo os possíveis rumos futuros da agricultura, mostra também que o crescimento agropecuário na próxima década será com base no aumento da produtividade”, explicou o ministro.
Antônio Andrade ressaltou ainda o papel do novo Plano Agrícola e Pecuário para ampliar a capacidade de armazenamento de grãos no Brasil. “Esse novo plano é apenas uma parte das ações voltadas para a infraestrutura e a logística. Além de destinar R$ 25 bilhões para ampliar o número de armazéns, o governo federal também tem trabalhado para aprimorar o escoamento da produção agropecuária”.
A pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa) prevê que o acréscimo produtivo de grãos varie entre 20,7% e 49,2% em dez anos. No mesmo período, a expansão da área prevista é de 8,2% a 30,3%, indicando que o principal fator de crescimento será a produtividade.
Em relação à área total de lavouras (que inclui culturas como cana-de-açúcar e laranja), deve passar de 67 milhões de hectares em 2013 para 75,5 milhões em 2023. Essa expansão está concentrada principalmente no crescimento dos plantios de soja e de cana-de-açúcar. Milho também deve ter aumento de cultivo, enquanto culturas como arroz, mandioca, trigo, feijão e café mantêm-se praticamente sem alteração ou perdem área.
O mercado interno será o principal fator de crescimento da agropecuária nacional, apesar da perspectiva de aumento das exportações. Em 2022/23, 51% da produção de soja será comercializada dentro do país, enquanto esse valor para milho será de 67%. Em relação às carnes, o consumo interno será de 75% de toda a produção de bovinos e de 82,3% de suínos.
Comércio internacional – O Brasil elevará a participação no comércio mundial de soja e de carnes. Mais de 44% da oleaginosa exportada no mundo deverá ser brasileira, enquanto esse índice será de 19,9% para a carne bovina e de 41,7% para suína. O país também manterá a liderança nas vendas internacionais de café, açúcar e suco de laranja.
A China deverá ser a principal compradora de soja, adquirindo 71,3% da produção mundial da oleaginosa. Os Estados Unidos serão os maiores importadores de carne bovina, enquanto japoneses, chineses, mexicanos, de carne suína.