A possibilidade, que causa estranheza pela abundante produção nacional, pode virar realidade em função do desequilíbrio entre oferta e demanda – tanto interna como de exportação.
“De acordo com o 11º Levantamento de Safra da Conab, a demanda do mercado interno brasileiro de soja será de 42,4 milhões de toneladas. Somando aos dados consolidados de exportação, nós teríamos teoricamente 6 milhões de toneladas disponíveis para embarque até Dezembro”, explica Kopp.
O especialista prossegue chamando a atenção para o fato de que “é muito provável que o país exporte próximo de 40 milhões de toneladas”. No somatório, a demanda global ultrapassa os 82,4 milhões de toneladas, enquanto a produção de soja brasileira está estimada em 81,456 milhões.
“A demanda doméstica terá que diminuir para que os números fechem, pois se não fecharem nós estaremos importando soja a partir de Setembro/Outubro”, adverte. “Acho pouco provável, porém claramente temos uma situação frágil de oferta e demanda (interna + exportações), ou seja, menor oferta e maior demanda – que resultam em preços mais altos”, diz o representante da JC.Kopp Consult.
Ele vai além, e alerta que os Estados Unidos estão com a capacidade de embarque até Outubro/Novembro praticamente toda comprometida. Neste cenário sobraria apenas a Argentina como possível vendedor.
“O mês de setembro/13 pode apresentar o maior vazio de negócios de exportação e importação de soja da história, e sempre que temos fatos extraordinários eles tendem a refletir nos preços de alguma forma – e a forma esperada é preços mais altos”, analisa.
Por fim, Kopp conclui que “o cenário é muito favorável para os produtores de soja – se ainda pensarmos que os EUA corre risco sim de ter uma nova diminuição na sua produção, e de que a demanda mundial do grão deverá ser revista para cima”.