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Recursos Humanos

BR Foods "importa" mão-de-obra para Mato Grosso

São 2.000 vagas oferecidas em Estados das regiões Norte e Nordeste. Empresa alega que não há mão-de-obra suficiente em MT.

BR Foods "importa" mão-de-obra para Mato Grosso

O grupo Brasil Foods, dono das marcas Sadia e Perdigão, decidiu preencher 2.000 vagas de trabalho nas suas unidades de Mato Grosso.
A medida, porém, causou controvérsia quando se descobriu que as vagas estão sendo oferecidas em Estados das regiões Norte e Nordeste.
Beneficiária de incentivo fiscal do governo mato-grossense, a empresa assumiu o compromisso de gerar empregos como contrapartida, mas diz que não há mão de obra suficiente no Estado.
“A preferência, evidentemente, é para trabalhadores de Mato Grosso, mas, por falta de disponibilidade, a empresa é obrigada a buscar alternativas para manter o fluxo normal de suas operações”, disse a empresa, em nota à Folha.
A situação é atribuída pela empresa ao “momento econômico”.

“A maioria dos cidadãos prefere disputar vagas em áreas urbanas e não no interior, especialmente neste momento econômico de grande oferta de colocações.”

Filas no Piauí

No início do mês, o anúncio de vagas da Brasil Foods em Mato Grosso gerou longas filas na sede do Sine (Sistema Nacional de Emprego) de Teresina (PI).
As 2.000 vagas, segundo a empresa, são apenas uma previsão baseada em “projetos de crescimento orgânico da empresa, em fase de elaboração” e serão “disponibilizadas ao longo do ano”.
“Caso os projetos que estão em estudo venham realmente a ser efetivados, as contratações acontecerão gradativamente, de acordo com a necessidades da empresa”, informou a Brasil Foods.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos de Mato Grosso diz que não foi avisado sobre as contratações. “Ao menos em Cuiabá, posso assegurar que há mão de obra disponível”, afirmou o presidente da entidade, Sidney Amorim.
Para a Secretaria de Indústria e Comércio, que concede os incentivos fiscais, o apagão de mão de obra é uma realidade em Mato Grosso.
Para o órgão, a contratação de trabalhadores de outros Estados não fere os termos do benefício concedido.
“A lei diz que é preciso gerar empregos, mas nada fala sobre a origem dos trabalhadores”, afirmou Sérgio Romani, superintendente de Indústria.