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Mais soja, mais embarques e mais exportações mato-grossenses

De maneira inédita, Mato Grosso supera em apenas dois meses a cifra de US$ 1 bilhão e impõe um novo recorde.

Mais soja, mais embarques e mais exportações mato-grossenses

As exportações mato-grossenses encerram o primeiro bimestre do ano com saldo recorde de vendas ao somar US$ 1,32 bilhão. O montante jamais havia sido registrado dentro da série histórica para o período no Estado. A escalada das vendas foi sustentada pela comercialização da soja, cujo volume de embarques quintuplicou em relação a 2011.

As exportações estaduais, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), havia registrado no ano passado o maior volume de negócios quando o bimestre contabilizou US$ 979,88 milhões, 35% abaixo do atual saldo. Em 2006 e 2007, por exemplo, janeiro e fevereiro juntos movimentaram pouco mais de US$ 500 milhões. “É um saldo de vendas que impressiona para este período em que a safra agrícola ainda se desenvolve e o apetite dos países importadores começa a ganhar força. Com uma média de vendas assim neste início de 2012 podemos esperar por mais um excelente ano para as exportações de Mato Grosso”, destaca o consultor econômico da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro. No ano passado os embarques mato-grossenses superaram qualquer expectativa ao contabilizar US$ 11,09 bilhões, cifras que se sobrepuseram ao recorde anterior de US$ 8,45 bilhões em 2010.

Individualmente, janeiro e fevereiro realizaram mais de US$ 600 milhões em negócios, contra uma média anterior de cerca de US$ 400 a US$ 250 milhões para cada um dos dois primeiros meses do ano. Em janeiro de 2012 as exportações foram de US$ 642,02 milhões, cifras superadas no mês seguinte. Em fevereiro foram mais US$ 681,69 milhões, ambas as cifras também recordes para o período.

A ascensão das vendas externas foi reflexo direto da movimentação do campo. Ao contrário do ano passado, por exemplo, quando a sojicultura teve sua colheita postergada em razão da seca que atrasou o plantio e consequentemente todo o desenvolvimento das lavouras, nesta safra 2011/12, a colheita foi antecipada e já em janeiro os produtores começaram a cumprir os contratos de venda e a entregar o grão recém-colhido. “A explicação para o crescimento das exportações estaduais neste bimestre é a soja, ou melhor, disponibilidade de soja”, resume o analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noronha, lembrando que no primeiro bimestre do ano passado não havia grão em grande quantidade.

Mais soja – Estatísticas do Imea mostram bem a diferença entre uma colheita antecipada e uma atrasada. No primeiro bimestre do ano passado foram embarcadas pouco mais de 242 mil toneladas de soja, sendo 102,47 mil em janeiro e 121,16 mil toneladas em fevereiro. Neste primeiro bimestre de 2012, o volume negociado é quase cinco vezes superior e soma 1,06 milhão de toneladas. Em janeiro foram embarcadas 390 mil toneladas e em fevereiro houve a quebra de qualquer recorde mensal para o mês com a exportação de 676 mil toneladas. “Existe demanda para o grão e se existe o grão disponível as vendas acontecem”, destaca Noronha. O analista lembra que o Brasil, ou melhor, Mato Grosso, é o primeiro a ofertar soja nova ao mercado – em função da colheita antecipada – e o grão chega justamente no limite de baixa dos estoques, antes que a safra argentina seja ofertada e a norte-americana, definida.

Em relação ao volume financeiro a diferença é de 315%. No primeiro bimestre do ano passado foram US$ 117 milhões para US$ 486 milhões. Noronha frisa que ao contrário do observado em praticamente todo ano passado, quando a valorização das cotações compensou a queda nos volumes exportados de soja, 2012 começou ao contrário. “O preço por tonelada passou de R$ 530 para R$ 465. As exportações estaduais ganharam com a ampliação dos volumes físicos e com uma pequena reação do dólar”. Em 2011, o dólar teve média de R$ 1,67 em janeiro e fevereiro e neste ano teve cotação média de R$ 1,79 em janeiro e de R$ 1,72 no mês passado. “Pequenas variações que fazem diferença quando se negociam milhões de toneladas”.