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Comentário

Manutenção das peneiras dos moinhos - por Fernando Raizer

Leitor questiona Raizer sobre o porquê das variações no DGM de rações produzidas em um mesmo dia e quer saber o período recomendado para troca das peneiras dos moinhos.

Prezado Sr. Raizer, hoje avaliando os resultados das analises periódicas da ração que produzimos, notei uma variação não uniforme no DGM das partículas de rações produzidas no mesmo dia e com a mesma peneira. Na opinião do senhor, quais poderiam ser os motivos dessa variação? Qual o período recomendado para troca das peneiras dos moinhos?

Att.  Wellington

Resposta:

Olá Wellington,  

Respondendo a sua pergunta, peneiras devem ser trocadas quando ocorrem furos e rasgos que não podem ser consertados sem alterar significativamente o % de área aberta da peneira, isto é, a somatória das áreas dos furos. 

Duas coisas influenciam bastante o DGM: a primeira são os vazamentos que podem estar acontecendo no encosto da peneira na parte curva do moinho, Verifique. Se você encontrar partículas de tamanho maior que o furo da peneira, então é porque você tem rasgos ou então vazamentos no encosto da peneira com a sede onde ela se encaixa. 

A segunda coisa é o estado dos martelos. Martelos devem ter a rotação invertida pelo menos uma vez por semana, para que se desgastem igualmente.

Não esquecer de alterar também a posição do defletor que direciona o produto contra a chapa de impacto. 

Verifique também o estado da chapa de impacto – é uma peça de desgaste que demora a ser trocada, mas eventualmente acontece. 

Conforme o martelo se desgasta e vai assumindo um perfil semelhante a uma faca, a produtividade cai. . Quando o martelo está tão desgastado que o seu topo começa a ficar mais distante da peneira, isso também altera a granulometria do moído, pois o produto fica mais tempo dentro da câmara, e certamente vai aquecer um pouco mais – e gastar mais energia. 

Martelos novos produzem granulometria um pouco mais fina, e o rendimento via de regra é um pouco menor. Depois de um pequeno tempo, a produtividade aumenta um pouco, a granulometria sobe um tanto – e isso vai até um ponto em que a curva de produtividade começa novamente a diminuir em função do desgaste excessivo dos martelos. 

Verifique se o seu alimentador está distribuindo o produto igualmente em toda a extensão da área de entrada do moinho. A alimentação desigual provoca desgaste desigual no jogo de martelos, desbalanceamento do rotor e também altera o DGM. 

Se o seu moinho tem assistência de ar (caixa de expansão adequada, ventilador, filtro de mangas ou ciclone), verifique se as mangas não estão colmatadas com pó, e os pulsos de limpeza com ar estão na frequência correta/ necessária. 

Sistema de assistência de ar operando mal altera a desempenho do seu moinho, causando também baixa produtividade, alteração do DGM e maior consumo de energia. 

Moinhos de alta rotação (3600 rpm) apresentam distribuição granulométrica bem distinta dos moinhos de baixa rotação (1760 rpm). 

O desenho do moinho, a distancia do martelo até a tela, o % de área aberta da tela, a espessura dos martelos – tudo isso altera a produtividade e o DGM. 

Dependendo da peneira que você está utilizando, um sistema de assistência de ar bem dimensionado e operado pode melhorar a produtividade do seu moinho entre 15 e 30 % . 

Como regra geral, a temperatura do produto moído não deve ultrapassar em mais que 6 C° a temperatura do produto que está entrando no moinho. 

Se você confia no seu sistema de proteção contra pedras e metais, recomendamos o uso de martelos revestidos com tungstênio. Custam entre 2 a 2,5 vezes mais, porem duram 4 vezes mais. 

Fernando Raizer
Raizer Consultoria Empresarial e Treinamentos Ltda
Skype: fernando.raizer1
E-mail:
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