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Economia

Crise deve reduzir em 30% o rebanho de suínos em Mato Grosso neste ano

Números de matrizes deve reduzir de 130 mil para 90 mil. Setor pede isenção de ICMS na conta de energia elétrica.

Crise deve reduzir em 30% o rebanho de suínos em Mato Grosso neste ano

Com a crise na suinocultura, Mato Grosso deve perder 40 mil matrizes até o final do ano. Dentre os prejuízos estimados para o setor, oriundos da falta de mercado e alto custo de produção, se destaca a redução de 30% no rebanho de suínos. Atualmente somam 130 mil matrizes do total de 1,5 milhão de animais criados no estado.

De acordo com o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, muitos criadores estão saindo da atividade. “A crise tem forçado os produtores a abater o rebanho de matrizes. Isso trará consequências no futuro”.

Cada matriz tem a capacidade de produzir 25 mil animais por ano, consumindo sete mil quilos de ração/ano. Conforme ele, com a produção em queda, a carne suína poderá ser considerada um artigo de luxo nos anos próximos. “O consumidor será o maior prejudicado”, diz.

O aumento de 12% no preço de mercado cobrado pelo suíno, que passou de R$ 1,60 o quilo para R$ 1,80 o quilo nos últimos quatro meses, não foi o suficiente para cobrir os gastos com a criação do animal. “O custo de produção passou de R$ 2,15/kg para R$ 2,35/kg, continuando acima do preço de venda”, explica Rodrigues.

Para conter os avanços da crise, uma das medidas solicitadas ao governo do estado é a isenção temporária do ICMS na energia elétrica consumida pelas granjas. Foi solicitado ainda a retirada do imposto nas transações entre estados para comercialização do suíno vivo.

O pedido foi feito na última semana ao secretário de Fazenda (Sefaz-MT), Marcel De Cursi. Conforme o setor, o benefício seria concedido por 90 dias. “Essa já é uma proposta feita há mais de um ano para o governo. Agora apresentamos para o novo secretário”, afirma o diretor da Acrismat.

Em nota, a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz) informou que recebeu a pauta de reivindicações da Acrismat e está analisando o pedido. O governo entende que o Fisco estadual entende o anseio dos produtores, mas adiantou que a manutenção do equilíbrio fiscal não permite que sejam concedidas novas desonerações sem encontrar fontes compensatórias de receitas, atendendo disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).