Estamos encerrando mais um ano e normal é fazermos uma avaliação deste que se vai para ver o que restou de bom ao lembrarmo-nos dele. Um ano de extrema dificuldade nesta importante atividade de grande relevância para o Estado e o País. Um ano marcado pela angústia de uma crise jamais vista neste setor. Se fosse somente a crise não seria o problema, mas foi uma crise anunciada por nós que teria grandes proporções se não fosse tratada a tempo, com políticas para o setor, mas infelizmente não fomos atendidos. Desde fevereiro levamos alternativas para o Governo do Estado para evitar a falência de muitos produtores, solicitando a isenção de ICMS, o qual não aconteceu naquele momento, represando animais no Estado e consequentemente baixando o preço. Em março nosso pedido ao Ministério da Agricultura e Conab para que fossem feitos PEP ou VEP de milho para o Estado, mas apesar de tantas idas a ambos para tratar deste assunto, não tivemos êxito e sim, apenas promessas vazias de quem nada entende do agronegócio carnes. Tantos artigos escritos prevendo o que aconteceria se não mudassem a política para o setor que vieram a se confirmar pela inércia do nosso Governo Federal. Um ano marcado por grandes manifestos que chamaram a atenção da crise no setor.
Dois fatos de relevância no Estado foram: o Decreto de Emergência devido à grave crise da suinocultura, onde mais de 100 municípios fizeram, sendo que em algumas regiões o mesmo foi realizado coletivamente. Em junho, na maior feira do Estado, a Feagro em Braço do Norte, colocamos nos locais para expor os suínos, cruzes, simbolizando a morte dos produtores, um manifesto que atingiu os objetivos, pois o vídeo feito nesta feira foi comentado pela Senadora gaúcha Ana Amélia Lemos no Senado Federal. A partir deste momento se desencadeou uma grande mobilização a nível nacional para outro que seria um marco para a suinocultura, o manifesto em Brasília, onde todas as Associações participaram mostrando o descontentamento para com o setor político, pela falta das ações propostas pelo setor. Apesar deste grande manifesto, os resultados foram muito pequenos, pois não houve nada emergencial para a atividade. Outro fato importante foi a campanha “PREÇO JU$TO PARA PRODUZIR”, iniciada em março na AVESUI em SP pela APCS, onde a ACCS está até hoje na busca deste ideal.
Foi um ano marcado por grandes trabalhos, muito empenho da nossa parte, embora na prática, para o produtor não mudou muito a realidade. O que nos conforta é que todas as ações foram bem pensadas, analisadas e que fariam a diferença se aplicadas, o que não ocorreu, mas a ACCS esteve sempre presente junto ao Governo do Estado e Federal, junto às agroindústrias e produtores, desempenhando o papel que cabe a esta Entidade que, apesar de todas estas dificuldades não mediu esforços na busca de soluções para o setor e isso é o lado bom, apesar desta interminável crise. Esperamos que o próximo ano seja realmente o tão esperado, com mercados como a China, Japão, Estados Unidos e tantos outros possam estar comprando a Carne Suina Catarinense pelo diferencial sanitário que temos, valorizando todos os investimento feitos até agora por todos, Governo, Indústrias e Produtores. Um Feliz Natal com muita Paz, Saúde e Prosperidade e que 2013 seja mesmo o ano sonhado por todos….
Por Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente ACCS – [email protected]