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Em meio a processo de fusão, Intervet cresce 21% em 2010

Impulsionada pela valorização do boi gordo e pelo aumento da demanda pelas carnes de frango e suína, o grupo americano faturou R$ 448 milhões e prepara um programa de R$ 15 milhões.

Impulsionada pela valorização do boi gordo e pelo aumento da demanda pelas carnes de frango e suína, a americana Intervet, do setor veterinário, fechou 2010 com um crescimento de 21,2% em seu faturamento no Brasil em comparação ao ano anterior. O grupo, controlado pela farmacêutica Merck, teve receita de R$ 448 milhões no ano que passou.

A taxa de crescimento da empresa é duas vezes superior à do mercado veterinário doméstico. Apesar de o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) ainda não ter fechado os números finais de 2010, até novembro a sinalização era que o setor crescesse acima de 10% no ano. Caso se confirme esse resultado, o mercado veterinário no Brasil superará pela primeira vez a marca de R$ 3 bilhões. Em 2009, foram R$ 2,82 bilhões, segundo o Sindan.

O crescimento da Intervet no Brasil ocorre em meio ao processo de fusão com a ainda concorrente Merial. Em março do ano passado, a Merck e a francesa Sanofi-Aventis – controladora da Merial – anunciaram a criação de uma joint venture global entre seus braços de saúde animal. A nova empresa será a líder da indústria mundial do setor, com faturamento superior a US$ 5 bilhões, superando a Pfizer, que em janeiro do ano passado comprou a concorrente Wyeth e consequentemente incorporou a Fort Dodge, reforçando seu segmento de saúde animal.

“A cotação da arroba do boi superou todas nossas expectativas. E com o preço acima de R$ 100 existe uma corrida por parte dos produtores para investir mais em tecnologia, para conseguir uma produtividade cada vez maior”, afirma Vilson Simon, diretor-presidente da Intervet no Brasil. “Em 2010 foi a pecuária que alavancou nosso resultado”.

Alavancou em 2010 e deve alavancar novamente neste ano. Sem dar detalhes, Simon informa que no começo do segundo semestre deste ano, a empresa irá colocar em prática um projeto destinado a confinamentos, que envolve os segmentos veterinário e de genética.

O investimento previsto para o projeto vai ficar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões e terá como objetivo elevar a produtividade da pecuária. “É preciso investir no desenvolvimento do setor. Acredito que seja mais barato promover o desenvolvimento do mercado do que ficar brigando com os concorrentes por uma fatia maior do market share”, afirma Simon.

A aposta da Intervet na pecuária não é por acaso. Além de o segmento apresentar um maior potencial de crescimento em comparação com os mercados de aves e suínos – altamente tecnificados -, para a Intervet a pecuária representa 60% do seu negócio no Brasil. A avicultura tem uma fatia de 14% das vendas, ficando à frente dos animais de companhia (pet) e suínos, que detêm 12% e 10%, respectivamente.

Em abril de 2010, a empresa anunciou a parceria com a brasileira Genoa para comercializar os marcadores moleculares identificados e patenteados pelo grupo nacional para a raça nelore, que representa 80% do rebanho bovino nacional. “Estamos satisfeitos com os primeiros resultados da parceria, mas o projeto de marcadores ainda precisa de um processo de educação do próprio pecuarista”, admite Simon.

O cenário positivo vivido pela indústria veterinária em 2010 deve continuar neste ano, na avaliação de Simon. O executivo projeta um crescimento de 10% para a indústria nacional, mantendo o ritmo do ano passado. Para a Intervet, a projeção de crescimento é de 14%, de acordo com o executivo. “Estamos muito animados e otimistas com que mercado neste ano, independentemente do processo de fusão em que estamos envolvidos”, diz o diretor-presidente da companhia.