As dificuldades para aquisição de milho continuam e ameaçam o desenvolvimento dos setores capixabas de avicultura e suinocultura. Impossibilitados de participar dos leilões promovidos pelo Governo Federal, a única opção dos produtores é adquirir o produto no mercado paralelo com custo mais elevado. Atualmente o saco de 60 quilos de milho chega às granjas capixabas ao valor de R$ 35,00, que deixa o estado em desvantagem competitiva em relação às demais regiões.
O problema teve início a partir do último trimestre do ano de 2010 quando o Espírito Santo deixou de receber as subvenções do Governo Federal concedidas nos leilões da modalidade Valor para Escoamento de Produto (VEP). Tem direito ao benefício os estados onde o valor do grão comercializado fica acima do milho importado. Essa diferença é paga em forma de bônus pelo Governo Federal ao produtor para que o produto seja escoado para uma região com dificuldade de abastecimento.
O diretor para assuntos governamentais e de abastecimento da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), Antonio Venturini, alerta para um possível enfraquecimento dos setores caso não haja mudanças na política de abastecimento do Governo Federal. “Sem a subvenção não há como os quatro seguimentos capixabas (frango de corte, postura comercial, codorna e suinocultura) conseguirem sobreviver. Se os programas de abastecimento não continuarem as atividades serão sacrificadas e vai haver diminuição dos setores no estado, o que provocará também uma diminuição no número de empregos”, afirma o avicultor.
Segundo Venturini, nos últimos seis meses o preço do milho para os produtores capixabas subiu cerca de 50%, o que afeta consideravelmente a produção de frango, ovos e suínos, já que o grão é a principal matéria prima utilizada no fabrico de rações. “O preço ideal para a chegada do milho ao Estado atualmente seria de R$ 28,00 o saco, o que nos deixaria em patamar de competitividade com os demais estados como São Paulo e Minas Gerais, onde os valores praticados variam entre R$ 27,00 e R$ 28,00”, ressalta.
Visando buscar alternativas para a resolução do problema, a Aves e a Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases) recorreram ao Governador do Estado, Renato Casagrande, para que interceda junto à Presidente Dilma Roussef e aos ministros da Agricultura, Fazenda e Planejamento para que o Governo Federal inclua novamente o ES nos programas de Abastecimento.
Segundo o secretário executivo da Avese Ases, Nélio Hand, as entidades vêm mantendo contato praticamente diário com a assessoria do Governador do Estado e pelo que existe de posicionamento é que o Espírito Santo, juntamente com demais estados envolvidos no processo, estão buscando intervir junto aos órgãos competentes para resolver a situação. Isto inclui em última instancia a presidência da República.
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