Com a meta de ampliar as exportações agrícolas para a China, tem início hoje (11) a missão brasileira no país. Capitaneada pela presidente Dilma Rousseff, a comitiva de 237 empresários e ministros como o da Agricultura, Wagner Rossi, busca exportar mais carnes, citros, grãos e tabaco. A expectativa é que acordos bilaterais sejam assinados já na quarta-feira.
Negociar com chineses não é tarefa fácil, diz o diretor da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio/Mapa, Otavio Cançado. “Num momento de alta dos preços e escassez mundial de alimentos, a abertura chinesa se dá por necessidade. O governo tentará aproveitar essa oportunidade.” A China é o principal importador produtos agropecuários brasileiros. Desde 2008, os embarques cresceram 214%, atingindo 11 bilhões de dólares em 2010. Uma das expectativas é pela abertura para a carne suína. O governo está mais que otimista. Em até cinco anos, a estimativa é que sejam exportadas 200 mil toneladas. Também será solicitada habilitação de 26 frigoríficos, sendo 13 já com parecer favorável, cinco deles no Estado. O diretor-executivo do Sips, Rogério Kerber, prefere a cautela. “Resta saber quais serão os critérios, pois o Brasil tem área livre sem vacinação, não é o caso do RS.”
Outro item na bagagem é a ampliação, de 24 para 52, dos frigoríficos credenciados para carne de frango. Segundo o secretário executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, a medida é vital para o setor, que exporta 70% da produção. “Maior presença na China dará oxigênio às empresas, sufocadas com o dólar baixo.” Já a retomada da negociação de carne bovina, paralisada em 2008, empolga o setor, diz o presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen. O objetivo é elevar de 5 para 13 as plantas habilitadas.